sexta-feira, 16 de outubro de 2015

O DIVINO CARDEAL PORTUGUÊS QUE GOSTA MAIS DE CÉSAR

1 – Dai a Deus o que é de Deus, a César o que é de César – a frase é sustentada pelo cristianismo e catolicismo oficiais como orientação para separar as questões da religião dos assuntos terrenos.

A frase aparece inserta, como resposta, em três dos chamados Evangelhos canónicos (Mateus, Marcos e Lucas), e referem-se, precisamente, a uma questão muito terrena: se uma autoridade, ainda que de ocupação, pode receber impostos.

Ela é atribuída a Jesus, o Cristo, que nos relatos desses Evangelhos o colocam como o promotor e o mensageiro divino de uma nova doutrina, que veio a ser, tradicionalmente, a religião oficial e o guia político do Império romano, a partir do reinado do Imperador Constantino (306 a 337 DC).



2 – Os hierarcas da Igreja Católica pouca atenção dedicam, todavia, aos ensinamentos dos seus *livros sagrados*, optando, mais, ao longos tempos, às coisas venais, terrenas, que tanto vociferam repudiar, em palavras, mas que colocam na frente das suas preocupações. 

Desde os negócios financeiros às campanhas de +caridadezinha+ para Cáritas, Bancos Alimentares e quejandos.

O lema central da Igreja Católica – desde o Vaticano aos bispados mais recônditos – é, justamente, «Olha para o que eu digo e não olhes o que eu faço».

2 – Esta introdução é feita a propósito das declarações do senhor Manuel Clemente, que foi nomeado cardeal da Igreja Católica portuguesa por uma entidade extra-nacional chamada Santa Sé, dirigida por um senhor que se intitula Francisco, que, de nascimento argentino, se chama Jorge Mario Bergoglio.

Clemente, o transmissor português do divino Francisco, sediado em Roma, qual adivinho mago do oráculo de Delfos, considerou, esta semana, que o próximo governo português deve ser constituído entre o PSD e o CDS, alargado, na douta e etérea opinião, ao PS para vingar *o interesse nacional*.

*Juntando essa coligação ao PS, isto forma uma grande maioria no próximo Parlamento. Parece-me (este parecer será pela cor do dinheiro?) mais natural (sic, será de nascença?) que o acordo surja dentro deste conjunto do que fora deste conjunto”, opina o burocrata religioso católico à Radio Renascença, o órgão de inspiração ideológica – e também de propaganda comercial – da Igreja Católica.



E Clemente, que usa o medieval Dom, enfia-se, pelos negócios do capitalismo, sublinhando que Portugal – ou seja o seu governo – pediu assistência internacional, nos últimos quatro/cinco anos da actual governação segui-se um caminho que *estava mais ou menos (este mais ou menos...) enquadrado por um acordo que tinha na base três forças políticas – PS e actual coligação PSD/CDS com divergências quanto aos ritmos, mas uma base de entendimento nacional e internacional*.


O cardeal católico – pergunto eu – não estará mais preocupado com os interesses terrenos da Igreja Católica que recebe milhares de milhões do erário público para satisfazer os bolsos dos prazeres mundanos de indivíduos inúteis, que vivem à custa da sociedade portuguesa?

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