quarta-feira, 11 de março de 2015

UCRÂNIA: O AVIÃO MALAIO ABATIDO DEIXOU DE SER ÚTIL?

1 – A 17 de Julho de 2014, as principais agências de informação ocidentais noticiavam que um avião da aviação civil da Malásia, que viajava de Amesterdão para Kuala Lumpur,  com 298 pessoas a bordo, teria sido abatido *por armamento sofisticado em terra ou no ar* na região leste da Ucrânia, apontando, com uma grande certeza, que o autor desse abate ter sido a Rússia.
cabine de avião malaio com tiros de metralhadora
Seguiu-se uma campanha de propaganda, tendo os Estados Unidos da América convocado, para a sexta-feira seguinte, o Conselho de Segurança das Nações Unidas continuando o dedo apontado à Rússia.
Através dos meios de comunicação social norte-americanos, que os solícitos congéneres portugueses seguiram de olhos fechados, como o então suplemento económico do Diário de Notícias, chamado *Dinheiro Vivo*, cujo director era um funcionário chamado André Macedo, agora director desse DN, reflectia em paragonas: *O governo dos Estados Unidos divulgou terça-feira imagens de satélite e outras provas que demonstravam que a Rússia treinou e equipou rebeldes ucranianos que, alegadamente, derrubaram o avião da Malaysia Airlines com 298 pessoas a bordo*.
E ressaltavam a propaganada norte-americana: *Jornais com o The Washington Post ou a cadeia de televisão CNN difundiram algumas imagens, terça-feira, por funcionários dos serviços secretos e não identificados.

Washington Post sustentou que o avião foi abatido por separatistas ucranianos

*Os funcionários citaram dados – prosseguia o suplemento liderado por André Macedo -  de, segundo o The Washington Post, sensores que seguiram a trajetória do míssil que, alegadamente, abateu o avião da Malaysia Airlines, marcas de estilhaços na aeronave, análise de conversas com os rebeldes em que assume a autoria do abate e fotos publicadas em redes sociais.

As fontes disseram ainda que os Estados Unidos detectaram o lançamento de míssil terra-ar no momento do acidente com o avião malaio e na zona leste da Ucrânia controlada pelos rebeldes pró-russos.

Os norte-americanos descartam também que as forças ucranianas sejam as responsáveis pelo abate do avião*.

Referiam, explicitamente, que o avião em causa teria sido abatido de território controlado pelos separatistas ucranianos com mísseis terra-ar de alcance médio da classe BUK.

(Tanto a Rússia como a Ucrânia estavam e estão na posse de mísseis daquele tipo, mas o seu manejamento e movimentação é facilmente referenciável).

2 – Os russos exigiram provas aos norte-americanos.

Assinalaram, inclusive, que as tinham porque havia satélites norte-americanos a passar no local no momento do abate.

Nunca as divulgaram…até hoje.

E, o caso para a democracia norte-americana, era de transcendência, porque se tratava, na sua douta apreciação de uma violação flagrante dos direitos humanos.

A 17 de Julho, o Estado Maior General das Forças Armadas russas deu uma conferência de imprensa – e cito da Agence France Presse - e apresentou fotografias de satélite e imagens de radar que sustentavam que um caça ucraniano SU-25 estava a uma distância de 3 a 5 km do Boeing da Malaysia Airlines pouco antes da queda do avião.

"Nós constatamos a presença de um avião ucraniano SU-25 voando em direção ao Boeing malaio que se encontrava a uma distância de 3 a 5 km. O Su-25 pode chegar a uma altitude de 10 mil metros e dispõe de mísseis terra-ar que podem disparar a até 12 km e garantir a destruição de um alvo a até 5 km", declarou o general o general Kartapolov, daquele Estado-Maior, durante uma conferência de imprensa no ministério russo da Defesa.

 Versão do Estado-Maior russo sobre  a presença de um avião militar ucraniano junto da aeronave malaia

"Nós nos perguntamos: qual o propósito de um caça estar voando naquela altitude ao mesmo tempo que um avião civil?", acrescentou.

O general lançou outros factores que podem acusar as forças ucranianas de ter disparado contra o Boeing que transportava 298 pessoas.

"Depois de Donetsk, o avião malaio mudou de direcção, saiu de seu corredor e desviou para a esquerda, até 14 km. Ele então tentou voltar para o seu corredor, mas não foi capaz de realizar essa manobra.

Às 17H20, houve uma queda significativa na velocidade e às 17H23 desapareceu dos radares dos controladores russos.

A pergunta é: porque estava fora de seu corredor, foi um erro do piloto ou uma ordem dos controladores ucranianos?", questionou

O general também disse que os mísseis terra-ar das forças ucranianas (BUK), capazes de derrubar um alvo a 35 quilômetros de distância, estavam posicionados perto de Donetsk no dia da catástrofe.

"Porque as forças ucranianas estavam lá e contra quem essas armas anti-aéreas estavam apontadas, enquanto todo mundo sabe que os combatentes (separatistas) não têm aviões?", prosseguiu.

E referiu que a Rússia não cedia mísseis sofisticados aos separatistas.

3 – Nove meses depois, a importância transcendente dos direitos humanos desapareceu da linguagem viperina dos dirigentes norte-americanos.

Verificamos que a guerra civil na Ucrânia continua, com o Exército de Kiev a capitular massivamente – talvez mais de quatro mil mortos, fora os prisioneiros e desertores.

Mas verifica-se que existem *Batalhões* formados por elementos pró-nazis, como o Azov e outros com militantes e apoiantes do Partido *Pravyy Sektor* (partido fascista que se diz seguidor do nazi ucraniano do tempo de Hitler, Stepan Bandera, cuja formação paramilitar actual se apelida de Assembleia Nacional Ucraniana de Auto-defesa-UNA-UNSO. Foi fundado por grupos como o Tridente (Tryzub) liderados por fascistas assumidos como Dmytro Yarosh e Andriy Tarasenko.

parte do batalhão Azov

Outros grupos militares actuantes, formando batalhões, são os *Patriotas da Ucrânia*, a +Assembleia Nacional-Socialista* «White Hammer».

Algumas dessas unidades, com muitos estrangeiros, foram integradas, directamente, no Ministério do Interior e destacadas para o leste, nomeadamente para Mariupol.

O objectivo actual do complexo industrial militar dos Estados Unidos, através dos seus legisladores e congressistas é dotar estes batalhões, com armas sofisticadas, e forçar uma guerra europeia contra a Rússia.

O seu mentor e expoente é o general norte-americano Philip Breedlove.

A ajuda militar, em armamento e homens, norte-americana está a entrar na Ucrânia, por via dos países europeus limítrofes, dependentes do dinheiro de Washington.

Uma propaganda desenfreada tem sido desenvolvida, como a desesperada do actual Presiddente Pryot Poroshenko, que há dias atrás, apareceu em Davos, (Fevereiro de 2015) a exibir documentos como sendo passaportes de soldados russos.

Quando lhe foi pedido pelo governo russo que lhes desse cópias dos citados passaportes, o tema desapareceu da agenda.

 

Poroshenko e os passaportes

4 – Chagamos novamente ao avião. 

Já passaram quase nove meses e não existe um inquérito oficial.

Os direitos humanos, segundo parece, não serviram para alguma coisa.





   

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