segunda-feira, 23 de junho de 2014

VATICANO: A MÁFIA EXCOMUNGADA, MAS O SEU DINHEIRO É ENDEUSADO


1 - Podemos afirmar como o velho pensador alemão do século XIX, Karl Marx, que recordava palavras do filósofo Hegel, segundo as quais os factos e as personalidades históricas surgem por assim dizer duas vezes. 

Tendo Marx acrescentado: uma vez como tragédia. A outra como farsa.

O que vamos reportar a seguir tem, também, duas partes:

A primeira é a sinistra, que passamos já a referenciar:   

O passado dia 21, o Papa Francisco, dono do maior banco do Mundo, o Instituto per la opere de la religione (IOR), que é um dos centros de camuflagem e branqueamento dos dinheiros sujos da Máfia, esteve na Calábria, sul de Itália, com a maior das desfaçatezes e o maior sonoro cinismo, multiplicado pelo submissos meios de comunicação do planeta, determinou, em palavras apenas, como Sumo Pontífice da Igreja Católica Romana, a excomungação daquela sua parceira de negócios.




Michelle Sindona, o mafioso que era o banqueiro do Vaticano

Claro que o argentino Jorge Mario Bergoglio fez estas declarações solenes, sem se enfulijar com as barbaridades mentirosas das suas predições: "é preciso combatê-la, é preciso dizer não a ela - a Máfia -(...) Os que escolheram esse mau caminho estão excomungados".

Claro que o Bergoglio, hierarca católico - principalmente, o antigo líder da sua seita mais rica, a Companhia de Jesus - do tempo da ditadura de Videla, não caiu fulminado por um raio do seu deus furibundo. 

Pelo contrário, deve ter rido para dentro, porque o dinheiro da Máfia continua a chegar aos cofres do IOR e dos seus bancos espalhados por todo o Mundo.



Inserto na revista Sábado


E as denúncias da injecção de dinheiro mafioso provem do próprio Vaticano - e até hoje, no reinado do actual inquilino da Santa Sé - nada mudou no circuito desses negócios tenebrosos.

(Como aliás nada muda dentro da Santa Sé em termos de política criminosa dos negócios terrenos, seja qual, for o Papa, seja qual for os seus propósitos).

Foi um jornalista italiano, de nome Gianluigi Nuzzi, que fez ecos de documentos de um alto dirigente da Cúria papal e da administração do IOR, monsenhor Renato Dardozzi, falecido em 2003, que deu ordem de publicação, após a sua morte.

Nuzzi colocou parte em livro que intitulou "Vaticano S.A." e deu à estampa em 2009, sem qualquer desmentido do Papa, do IOR ou própria Santa Sé.

Referindo-se ao Vaticano, Nuzzi escreve: "o silêncio protege toda a sua economia,e, portanto, também os negócios mais discutíveis que caracterizam a vida financeira da Igreja Roma. O silêncio protege a relação de confiança com os fiéis, evitando assim os estragos do passado mais recente. Enfim, o silêncio é indispensável para que o grupo de cardeais possa consolidar p poder que eles próprios representam, sobretudo, depois dos escândalos da Banca Privata Italiana, de Michele Sindona, do Ambrosiano, de Roberto Calvi e do IOR com o arcebispo Paul Marcinkus".

É a revista portuguesa Sábado, que sublinha já em Junho de 2012, o que continuam a serem "os negócios obscuros do banco secreto do Vaticano".

Acusando taxativamente: "Tem ligações à máfia, à política e às ilhas Caimão. Os titulares das contas são anónimos e tudo o resto é segredo. Uma das poucas coisas que se sabe é que aceita depósitos em barras de ouro".

2 - A segunda parte é cómica e dava para fazer uma revista à portuguesa.

No passado dia 2, o Papa Romano, Francisco, inspirando - e cito as reflexões provindas da Rádio Vaticano -, dissertou sobre "o casamento cristão".

Segundo aquele jesuíta argentino, "o amor de Jesus à sua Igreja - a sua esposa - é fiel, perseverante e fecundo", que serão na sua douta inteligência as mesma características de "um autêntico matrimónio cristão".

O Sumo Pontífice da Igreja Católica Apostólica Romana, que se encontrava perante 15 casais, expôs a sua teoria, considerando o que deve ser o amor entre esposos: fidelidade, perseverança e fecundidade.

E essas três referência, argumentou o chefe máximo do Vaticano, representam os "três amores de Jesus: pelo pai, por sua mãe e pela igreja (a católica, naturalmente) a sua esposa".

(Retiramos daqui que Jesus Cristo fez amor com uma comunidade de gente, homens e mulheres ao longo da sua vida, porque essa comunidade - a igreja - era a sua esposa!!!!!!!!)

Não são palavras de um desmiolado (e daí não sei!!!) - são de um senhor que tem uma "supremacia religiosa" sobre mil milhões de seres humanos.

Vejam o raciocínio, especificamente no que diz respeito à fecundidade e reprodução. 

Socorremo-nos da Rádio Vaticano:


Terceiro ponto, a “fecundidade”. O amor de 

Jesus, observa o Papa Francisco, “faz fecunda a 

Igreja com novos filhos, pelo Batismo, e a 

Igreja cresce com esta fecundidade nupcial”. 

Em um matrimônio esta fecundidade pode ser 

às vezes colocada à prova, quando os filhos não 

chegam ou estão doentes. Nestas provas, 

sublinha o Papa, existem casais que “olham 

para Jesus e buscam a força da fecundidade 

que Jesus tem para com a sua Igreja”.

Enquanto, por outro lado, conclui, “existem 

coisas que não agradam a Jesus”, ou seja os 

casamentos estéreis por escolha:

“Estes casamentos que não desejam filhos, que 

querem ficar sem fecundidade. Esta cultura do 

bem estar de dez anos atrás nos convenceu: É 

melhor não ter filhos! É melhor! Assim tu podes 

conhecer o mundo, em férias, pode ter uma 

casa de campo, fica tranqüilo”... Mas é melhor 

talvez – mais cómodo – ter um cãozinho, dois 

gatos, e o amor se dirige aos dois gatos e ao 

cãozinho. É verdade ou não? E por fim este 

casamento chega à velhice na solidão, com a 

amargura de uma solidão difícil. Não é fecundo, 

não faz aquilo que Jesus faz com sua Igreja: 

torna-a fecunda”.

Como segundo o Anuário Estatístico da Igreja Católica, existem em tudo o mundo, com dados relativos a 2010, mais de um milhão de padres e freiras, solteiros, que não fecundam, incluindo o eminente Papa, eles não cumprem os desejos de Jesus Cristo. 

Logo não tornam a Igreja fecunda. São inúteis e não cumpridores do ensinamento do provável fundador do cristianismo.

Os cardeais romanos são anti-cristãos, porque não são reprodutores por opção

Na prática, são anti-cristãos!!!

3 - Mas, a fecundidade da Igreja Católica está na acumulação de capital. 

Aí o amor é fecundo.

Eles estão, neste caso, na vanguarda da reprodução.

Retirado do mesmo Anuário, verifica-se que gerem, em todo o planeta, 5.305 hospitais, 17.223 lares e 9.8882 lares.

Açambarcam, na educação, 70.544 escolas de acolhimento de crianças (que são pagas ou recebem subsídios dos Estados); 92.847 escolas primárias, 43.591 escolas de ensino secundário, bem como numerosas universidades, onde estão inscritos cerca de 3.340.000 estudantes.

Claro, já não vale a pena citar o amor aos bancos, à especulação bolsista, aos grandes negócios industriais. 























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