sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

A VERDADEIRA FACE DOS ESTADOS UNIDOS


 1- Os Estados Unidos da América apresentam sintomas de uma caminhada, sem retorno, rumo à decadência como grande potência económica.

Claro são indícios, previsões, mas estão assentes em factos. Não será de um dia para outro.

Comparativamente, continuam a ser a principal potência financeira e militar internacionais, mas deixaram de ser o centro - sem contestação - das decisões geo-económicas e geo-estratégicas mundiais.

A sua moeda, que dominava, com arrogância, a circulação e troca cambial internacional, com a subsequente força nas relações comerciais e económicas na distribuição e retorno em fabulosos lucros, já não tem a aceitação que pretende o sistema institucional sedeado em Washington e Nova Iorque.

Os grandes centros em emergência e a sua consolidação de poder económico estão em concorrência directa, sem olhar a meios, e, deste modo, a submissão forçada deixou de existir.

Formulam-se, abertamente, novas parcerias de trocas cambiais em outras moedas, cuja ruptura completa - em grande parte, neste momento - depende da evolução e separação do euro, da economia e da própria estrutura castrense da mesma Europa da alçada dos Estados Unidos.

(Ora esperar por tal evolução, hoje, deixou já de ser um objectivo de uma parte substancial da sociedade europeia, inclusive de partidos que apoiaram, servilmente, a "ocupação" financeira e castrense do Velho Continente,  mas, principalmente, devido à pressão (económica e financeira) vinda daqueles tidos como emergentes. 

Todavia, esse passo só se acelerará, se houver uma mudança total na própria maneira de fazer política dentro dessa UE. 

Não é um problema de somenos importância, é vital para refazer toda a cooperação internacional e reconstruir, em novos moldes, as relações comerciais, monetários, produtivas e mesmo militares entre Estados e grupos de Estados).

O forte indício de que os Estados Unidos deixaram de centro no mundo está na própria desconsideração e desprezo que alastra em todo o Mundo com o seu próprio Presidente, Barack Obama, ele que ascendeu ao cargo, em 2009, como o farol salvador da burguesia mundial, enlameada e emparedada, principalmente, a grande burguesia financeira norte-americana, na crise de 2008.

E a eleição de Obama não foi lançada apenas por motivos internos, de "unificar" as diferentes comunidades raciais que se degladiam no país, dominado por uma minoria capitalista branca, acima de tudo, pretendeu colmatar diferentes e diversificados problemas que minam o império norte-americano, e, de um modo mais geral, dar a ideia de estar em marcha um impulso de que algo novo iria ser posto em marcha no mundo contra a velha ordem em desintegração.

Ele foi lançado para candidato, em 2008, à Presidência dos Estados Unidos pelo lobby judaico, organizado em torno da AIPAC  (Comissão de Defesa dos Interesses Americano-israelitas), onde ele fez, justamente, o seu primeiro discurso na sua convenção, logo, no dia seguinte, após ter sido indigitado pelo Partido Democrata. 

(Eis o trecho mais significativo do seu discurso: "eu sei que, ao estar a visitar a AIPAC, estou entre amigos. Bons amigos. Amigos que compartilham o meu forte compromisso de fazer prevalecer, como inquebrantável, o vínculo entre liga os Estados Unidos e Israel, hoje, amanhã e para sempre").

Toda a comunicação ligada a esse lobby - grupos Time Warner, Fox, CBS Corporation, Comcast Corporation (maior companhia de televisão por cabo, segunda maior empresa de acesso à Internet de Banda larga, o terceiro no domínio da rádio, bem como a NBC Universal), Walt Disney Company, grupo Hearst, entre outros - de imediato fez uma fenomenal campanha manipuladora para lançar Obama como o homem providencial, em detrimento de Hillary Clinton.

Foi apresentado como a personalidade que iria relançar a economia interna, acabar com os "excessos" securitários da Administração anterior dos George W. Bush, sanar e mediar os conflitos regionais e entre Estados, promover a diplomacia "multilateral" em detrimento da política de secretismo, e acções unilaterais na política externa. 

Os chamados democratas de todo o mundo embandeiraram em arco, como por exemplo Mário Soares e o então Presidente da Venezuela Hugo Chávez, entretanto falecido.

Depois surgiu a sua verdadeira identidade: apoio à política secreta do seu antecessor, desde as torturas à manutenção das guerras, ao prolongamento dos campos de concentração, como Guantánamo, e outras prisões clandestinas disseminadas por vários países, intromissões descaradas no derrube de regime, como a Líbia, o Egipto, a Tunísia, tentativas de subversão noutros como a Venezuela, Brasil, Argentina, Síria, apoio declarado aos grandes bancos falidos.

Deram-lhe até ao Nobel da Paz. 

Cinismo europeu, que saiu caro aos democratas da Suécia, vendedores mundiais de armamento.

Foi ele o principal impulsionador da austeridade mundial, ao entregar grande parte do Orçamento de Estado, através de roubos aos contribuintes, ao capital financeiro: 

787 mil milhões de dólares que ele sustentava que era para "relançar a economia".

As primeiras grandes críticas vieram, cerca de quatro meses depois de alguns dos seus principais apoiantes, o que significava que Obama não conseguiu afastar-se, em nada, da política pró-imperialista e pró-grande capital do republicano Bush.


Citamos: "É como se o Presidente estivesse decidido a confirmar a ideia de que ele e a sua equipa económica estão desligados, que a sua visão está toldada pela excessiva proximidade a Wall Street", palavras do Nobel Paul Krugman.

Outro prémio Nobel, Joseph Stigitz. Segundo este, Obama e a sua administração, confundiram "salvar os bancos com salvar os banqueiros".

Não era para menos: os seus principais colaboradores eram homens de Wall Street e do lobby financeiro judaico, como o seu chefe de gabinete, Ranh Israel Emanuel, que preferiu fazer a tropa em Israel em lugar do seu próprio país 

(Reparem, nisto, os lírios da defesa da Pátria, que ainda proliferam por Portugal).

Com a saída de Emanuel para concorrer à Câmara de Chicago, sucedeu-lhe no cargo outro homem judeu de Wall Street Jack Lew, hoje secretário do Tesouro, que sucedeu a outro judeu da finança chamado Timothy Geithner.

O Banco Central dos Estados Unidos - a chamada FED - está, pelo menos, dede Harry Truman nas mãos de magnatas da Finança pró-judaica, a última das quais, recém-nomeada, é a judia Janet Yellen.

2 -  Os mais de 600 mil milhões de dólares injectados, só em 2010, pela FED, a pedido do governo e dos legisladores, para "estimular a economia" não serviu para nada, a não ser a especulação bolsista e a compra de títulos de tesouro da dívida pública aos "privados". 

O desemprego não decresceu, em termos práticos, pelo contrário cresceu - ainda que as estatísticas oficiais digam que caiu *ligeiramente*. Está a rondar os 8 %.

Em 2011, os estatísticas federais informavam que em 2011 o desemprego ultrapassava os 9 %. 

Agora fala em 8 %, mas os próprios serviços oficiais admitem que o abandono dos desempregados de se inscreverem nos centros por já terem perdido a esperar de conseguir um emprego tenha contribuído para a descida.

O número de pessoas desempregadas, há pelo menos menos seis meses, atinge um valor próximo dos 4,5 milhões.  



Uma longa fila de desempregados nos EUA, meses atrás

Estes dados persistentes sobre o desemprego são um claro
indício do decréscimo produtivo interno. E não só dizem
respeito aos últimos três anos.
É uma tendência, mais ou menos acentuada, desde os
anos 70 do século passado.

Se juntarmos os dados da evolução produtiva, do capital
acumulado, da produtividade laboral e do próprio salário, já
não nos recuados anos 70, mas, desde 1995, verificamos
que os níveis em descendo ultrapassam os conseguidos
precisamente nos 25 anos anteriores aos meados daqueles
anos.

Ou seja, um aspecto parcelar, mas essencial, na busca de
um dado de crescimento real, constatamos que o
incremento da chamada "produtividade de trabalho" entre
esses dois períodos desceu mais de 20 por cento.

Os salários - para os EUA contabilizados em horas
trabalhadas reais produtivas - dos trabalhadores vulgares,
não qualificados, portanto, decresceram.
Consideremos um período de controlo salarial - apenas no
sector privado - entre meados dos anos 80 do século XX e
meados da primeira década de 2000: esse ordenado
horário, em termos médios, desceu cerca de 80 por cento
do que nos princípios dos anos 70 do século anterior.

O rendimento do trabalho desde então continua em descida.

EUA: alguns indicadores em cerca de 50 anos
De Monthly Review
























3 - Um dos sinais mais relevantes da decadência norte-americana está na destruição (e falência da sua produção nacional), outrora florescente e que impulsionou o seu caminho para a prosperidade, com o incremento do capital industrial, e, arquitectou a sua expansão comercial e militar internacional.

É, portanto, o crescente número de falências em cidades de grande capacidade produtiva - umas de grandes proporções, como Detroit, outras de menor presença populacional, mas de produção de riqueza, como Dayton (no chamado Midwest), mas também em outras, aparentemente, não falidas, mas em decréscimo industrial acentuado, como Chicago, Cleveland (centro da manfactura pesada no Estado do Ohio), Columbus (principal cidade do Ohio), Indianapolis (um dos principais centros de indústria do Estado de Indiana), Saint Louis (onde se situa a multinacional Monsanto, Missouri) ou Lansing. 

(Quer Detroit, quer Lansing ficam no Estado de Michigan, que era considerado como o centro da agro-indústria e da indústria automóvel na região centro dos EUA).

Um outro sintoma é o crescente e desbastador processo de falências das chamadas pequenas fazendas de todo o interior dos Estados Unidos. É impressionante os "corredores" de placas que se vêem ao longo das auto-estradas anunciando a venda de terrenos de um lado e doutro dessas vias.

(Somente em 2008, e isto oficialmente, no Estado da Califórnia decretaram falência 283 fazendas leiteiras, valor este que cresceu até 1.668 em 2011).








Cdades falidas. Em cima Detroit


Mas, este "destronamento" de grandes concentrações
industriais não se cinge a meia dúzia de povoações e
cidades dos EUA.
É um fenómeno em extensão em todo o território federal - e
não se explica somente pela incapacidade da burguesia
industrial ou da limitação produtiva, tem no seu bojo duas
realidades fulcrais:

- a) Quem domina a sociedade norte-americana já não é a
burguesia no seu conjunto, mas, apenas e unicamente, um
sector específico, o seu sector mais desclassificado, a
lumpen grande burguesia financeira, centrada na judaica
Wall Street:

- b) Mas, também, e em segundo lugar, a voracidade militar
de manter um império disperso pelo mundo.
As Forças Armadas são, neste momento, o fim principal do
sustentáculo existencial dos Estados Unidos.

E uma fatia importantíssima da receita de Estado norte-
americano vai para manter e fazer reciclar a máquina de
guerra.

O intenso poder militar inútil produz destruição de capital
necessário para impulsionar a produtividade nacional.

Logo, a voragem militar é um aspecto relevante da
falência económica.

4 - O problema da falência de Detroit não se enquadra
apenas na sua desindustrialização, mas também no
"estouramento" dos fundos de pensões e outras garantias
da fazenda municipal, como os benefícios de saúde, que
foram aplicados em especulações e transacções bolsistas
que falharam.

E neste caminho do descontrolo dos fundos de pensões e
de títulos camarárias estão, pelo menos, 60 das maiores
cidades dos Estados Unidos.

O que realmente está a acontecer "por dentro" da
sociedade norte-americana, na sua vertente camarária, é o
colapso financeiro.

Segundo dados dos serviços de seguros, essas cidades -
que incluem, por exemplo, Chicago, Filadélfia e Nova
Iorque -, "fizeram" desaparecer em "jogos de casino
bolsista" 118.000.000.000 dólares dos seus sistemas de
saúde dos seus trabalhadores camarários.

Onde irão as autoridades buscar este dinheiro?
Claro que não é aos bancos, vai ser aos contribuintes que são pagos sem poderem fugir aos impostos e reduções.
Esta lumpem burguesia espalhou-se por toda a rede da
sociedade norte-americana e está a sugá-la até ao tutano.
O expediente era colocar dinheiro em circulação forçada e
prometendo dinheiro a juros baixos, mas isso está a acabar.

O dólar perdeu valor nos mercados internacionais.







Na realidade, de maneira evidente após a II Grande Guerra,
os Estados Unidos, quer sob a governação de
republicanos, quer de democratas, o domínio económico e
político passou exclusivamente para um pequeno sector da
grande burguesia que controla, interligadamente, os
grandes bancos, as grandes companhias de seguros, todo
o sector energético (desde o petróleo ao gás - produção,
distribuição e comercialização, interna e externamente), as bolsas, os fundos especulativos, os minerais, a agro-
indústria, os cargos políticos (Senado, Câmara dos
Representantes, governadores estaduais, militares e
superiores da Administração pública (desde o simples
Presidente da Câmara à magistratura).

Claro que este sector da grande burguesia financeira não
se encontra situado, exclusivamente, nos Estados Unidos,
ele está distribuído por países e centros de poder, o maior poder dos quais fora dos EUA é o Vaticano.

Os dados com que terminamos provem do próprio sistema.
Foram investigadores da OCDE, que determinaram
recentemente, que "um por cento do mercado mundial
controlo, sozinho, quase 40 por cento do coração da
economia actual".

Quais são essas empresas? O que elas produzem?

Pois, nada produtivo, nada industrial.

São apenas especuladores financeiros.

Nomes? eis alguns Goldman Sachs, Jp Morgan, Barclays,

etc etc.


Vejam o gráfico inserido um pouco acima.














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