quinta-feira, 30 de maio de 2013

EUA: O PAPEL DA VIOLÊNCIA NA HISTÓRIA ACTUAL


1 - Há um facto que se está a tornar, cada vez mais transparente e visível, dificilmente rebatível  a não ser para aqueles que pretendem, por profissão de fé,  negar o que é real:

Os Estados Unidos da América são hoje, um Estado, em evolução crescente para se estruturar como poder nazi-fascista de violência clandestina na sua prática diária.

O seu Presidente, Barack Obama, na passada quinta-feira confessou uma situação, que toda a gente sabia que existia, e que é um crime: utiliza, ilegalmente, aviões norte-americanos furtivos, não tripulados, chamados drones.

Que podem transportar mísseis balísticos, mas inclusive bombas nucleares de fraca potência para atacar “opositores” políticos, que ele apelida de serem terroristas – os métodos da sua administração são exactamente a mesma coisa -, mas que atingiram mortalmente, essencialmente, centenas de pessoas civis, incluindo cidadãos do seu país.

Cinicamente, os comentadores de serviço do sistema dominante norte-americano, tipo Marcelo Rebelo de Sousa e Marques Mendes cá do burgo, falam em transparência.

E um serviçal europeu chamado Anthony Dworkim, apresentado pela rádio estatal alemã Deustche Welle  como especialista em direito internacional do Conselho Europeu de Relações Internacionais, tem a lata de argumentar:  

"O governo (de Washington) está abordando claramente a questão dos ataques de drones e sinaliza (repare-se na linguagem *humanista* nazi) um grande esforço para aumentar a transparência. Até ao momento, o programa de aviões teleguiados vinha sendo excessivamente , repito, excessivamente” secreto”.

Pela entrevista de Obama – esse advogado nascido nos EUA, filho de um queniano, que ascendeu à Presidência dos Estados Unidos por indicação expressa do AIPAC, o lobby judeu que o fez ser indigitado como o seu candidato em detrimento da senhora Hillary Clinton que, na altura, era a escolhida pelo Partido Democrata  - o uso permanente de drones, como armas secretas e ilegais, começaram a ser utilizados no governo de George W. Bush.

Segundos os jornais norte-americanos, que contabilizaram uma parte dos ataques feitos por drones, só no Paquistão foram efectuados mais de 350 ataques, a maioria já durante a administração Obama. 

No Iémen, ainda segundo as mesma fontes, foram contabilizados, pelo menos 50 ataques com drones que atingiram alvos humanos.

Pelo que se veio a  saber, a maior parte dos ataques de drones foram efectuados em locais que nada têm a ver com eventuais zonas ou campos de batalha.

Os drones dos EUA são enviados, de bases militares do interior dos próprios Estados Unidos, através de métodos electrónicos, para atacar e matar qualquer um que pertencesse a eventuais grupos armados – incluindo, por exemplo, insurgentes  que se batem contra a repressão dos Estados considerados aliados de Washington.

Eles escolhem os alvos não em pessoas “específicas”, mas em locais que eles supõem estarem escondidos “inimigos” ou então “naquilo que eventualmente possa estar fazendo, como pretensos guerrilheiros”.

Depois da confissão dos crimes, o Presidente dos Estados Unidos mandou parar tais actos? 

Não.

Pelo contrário, Barack Obama faz a sua acirrada defesa.  

Na sua humana e avalizada opinião, o criminoso de Washington sustenta: “esses ataques salvam vidas”, matando pessoas, naturalmente.

Segundo um  relatório de um grupo norte-americano ligado ao Conselho de Relações Exteriores no tempo da governação estatal do  grupo Bush filho, a proporção de mortos através dos ataques de drones no Paquistão, identificados, em documentos  oficiais, foi a de que 40% eram civis ou “desconhecidos”.

No início desta semana, uma fonte do governo disse à agência de notícias inglesa Reuters que os militares – e não mais a CIA – passaram a executar a maioria dos ataques com drones, com excepção dos realizados no Paquistão.

A questão é que a utilização de drones, quer para vigilância, quer para eventuais ataques “pontuais” está a ser utilizado no próprio território norte-americano.

O efeito de um ataque de drones

2 – Uma pergunta se terá de fazer: porque esta escalada de violência (que iremos denunciar com mais profundidade noutro passo deste texto) num país se se define como o campeão da democracia, dos direitos humanos, da própria transparência, e em que o próprio Chefe de Estado a admite implicitamente?

Praticamente desde a sua criação como Estado Federal –melhor dizendo, inicialmente, uma amálgama de Estados que se interligaram pela economia, pela guerra, e pela imposição de uma moeda única, os EUA são o exemplo moderno, continuado, do papel que a violência desempenha na sua História para implantar no país a sua economia e impor o seu modelo económico ao Mundo.

Todo o seu poder político multinacional, com especial incidência na segunda metade do século XX e nos primeiros anos deste século, tem como objectivo central o pressuposto de que a sua perspectiva histórica é única capaz e justa que deve impor a sua dinâmica económica social.

E, dentro deste parâmetro de economia política, intensificaram, nestas últimas dezenas de anos, – que podemos balizar como o seu começo na sua derrota na guerra do Vietname –, a sua capacidade violenta política, justamente, porque o sistema se está a desmoronar, e a fazer com que a sua supremacia entre em retrocesso, e, possivelmente, venha  a ser ultrapassada, num espaço de tempo, não muito longo.

Não é novidade para nenhum economista minimamente esclarecido que os EUA estão em fase recessiva na sua economia, e que o descalabro está a ser minimizado com a difusão maciça através do  Banco Central (a chamada Reserva Federal, de sigla FED, nas mãos dos judeus, através do seu representante actual Benjamin Bernanke) de uma impressão enorme de dinheiro, que, a longo prazo, irá fazer avançar a dívida para valores astronómicos, sem uma evolução económica na sua actividade.

Os valores que nos interessam, neste momento:  540 mil milhões de dólares por ano de títulos de Tesouro e 480 mil milhões de títulos imobiliários (que, aparentemente, parece conter um descalabro maior nas vendas de casas).

O défice – aproximado e estimado, poderá ser maior – governamental  estará, já,  na ordem dos 1.100 mil milhões de dólares.

O que faz tremer o sistema dominante no poder político em Washington é que o problema que ajuda a manter, momentaneamente, a economia ainda acima de água é o facto de a sua moeda ser o marco de valor de troca internacional, especialmente, no sector dos hidrocarbonetos, os chamados petrodólares.

Mas esta situação está a mudar, muito mais depressa do que os próprios Estados Unidos tinham previsto. 

(Foi essencialmente o facto de o euro se estar a transformar em moeda de referência a nível internacional rival do dólar que sofreu, da parte das autoridades norte-americanas, e do seu sistema financeiro, o maior ataque de que há memória a um “bloco” económica de quem se diziam amigos de peito…).

Ora, ainda sem uma evidência avassaladora de percepção para o homem comum,  o que está a alastrar no mundo, em especial, entre comunidades económico-monetárias ou potências ditas emergentes, tais como a China, a Rússia, o Irão, a África do Sul, Índia e mesmo o Brasil, é o começo de um conflito, cada vez mais cerrado, entre todos aqueles em torno das divisas e as suas políticas de moedas de trocas para pagamento de mercadorias, fora da esfera asfixiante do dólar.

O que, em termos de economia política e de geo-estratégia, conduz a uma orientação política de um certo proteccionismo mercantil quer em cada bloco, quer nas relações, parcerias e acordos com os diferentes países emergentes e os blocos desenvolvem entre si ou mesmo a nível bilateral e até trilateral, como o que se está a suceder entre a Rússia, a China e o Irão em torno da defesa dos hidrocarbonetos do Mar Cáspio.

Na actual situação, o sistema financeiro mundial – a fracção da burguesia que domina, na realidade, a lúmpen grande burguesia financeira especulativa – está numa encruzilhada e, desde a crise de 2008, não conseguiu uniformizar a sua estratégia para incrementar novas formas de dominação capitalista.

Foi posta em prática uma opção clara de salvação bancária à custa dos salários e pensões, discriminando e empobrecendo, por um lado, a sua classe média, por outro, penalizando, sem dó nem piedade, as classes laboriosas.

Em lugar de equilibrar o orçamento, como divulgava a propaganda do capital financeiro,  produziu a quase falência do Estado – desde os EUA até ao Japão, passando pela Europa, iniciando agora o seu “calvário” na Austrália, Rússia e a própria China.

Ora, esta situação que foi servindo,  durante praticamente seis anos, os interesses do sistema financeiro dominante poderá ter um reverso, pois o próprio capitalismo, através do seu poder político, poderá ter de ir atingir, em parte, os seus “dinheiros encobertos” em off-shores, que eles desviaram do próprio erário público.

Até porque, nos últimos meses, se tornaram conhecidos, nacos dos seus locais de submersão e os possuidores.

Com os gritos ululantes, até de uma parte da burguesia, principalmente, a industrial e ligada ao avanço tecnológico, o descontentamento está a alargar e a pretender organizar-se – com avanços e recuos, infelizmente ainda sem um programa socialista revolucionário – em  formas mais avançadas de luta. 

Existe, pois, muito mau tempo no canal capitalista dominante.

3 – Dois acontecimentos mundiais, um de conteúdo essencialmente económico, o outro interligando uma crise económica-social e política vão abrir caminho para toda uma mudança sócio-económica no planeta, com reflexos especialmente concentrados nos Estados Unidos da América e na sua política actual.

A primeira esteve ligada ao que se convencionou chamar crise do petróleo.

Na realidade foi, primeiramente e acima de tudo, uma crise financeira provocada pelo próprio sistema.

Nos inícios dos anos 70, o dólar norte-americano foi desvalorizado e perdeu a sua paridade face ao ouro. 

Foi um medida calculada pelo poder financeiro de Wall Street, que lançou mãos de todos os processos especulativos para “arrasar” as legislações que proibiam as operações de alto risco, a circulação fictícia de capital, com empréstimos “apetecíveis”, mas sem consistência produtiva ou baseada na industrialização ou agro-indústria nacionais.

Deslocalizaram-se os grandes centros produtivos industriais para países de mão-de-obra intensiva, barata e desclassificada. 

Só contavam com os retornos financeiros, que entravam no sistema bolsista especulativo e nos negócios obscuros de “paraísos fiscais”.

As grandes companhias petrolíferas – as chamadas sete irmãs – Standard oil, Royal Dutch Shell, Mobil, Gulf, BP e Santadard Oli of Califórnia, em consonância, procuraram baixar os preços na produção, chantageando alguns dos países produtores com a recusa de compra do crude na origem.

Desde 1961, a OPEP – a Organização dos Países Produtores de Petróleo – tinham definido uma política de aumento das receitas próprias das suas produções para incrementar as suas economias nacionais, procurando um aumento progressivo do controlo da suas riquezas, quer na produção, quer na refinação, e, posteriormente, na distribuição.

A resposta da OPEP – cujos principais países eram islâmicos – deu-se com uma acção conjunta, que se agudizou porque os EUA e a Europa apoiaram abertamente Israel na guerra do Yom Kipur (1973) fazendo um embargo aos Estados Unidos da América e aos países europeus envolvidos. 

Ao mesmo tempo, nacionalizaram as companhias ocidentais.

Entrou-se num espiral recessivo, com um aumento acentuado da inflacção. 

Quer na Europa, quer nos Estados Unidos vão fazer-se sentir crises em sectores industriais, automóveis, siderurgia, construção naval, indústria pesada. 

Naturalmente, acompanhada de uma crise comercial.

Aumentaram os conflitos sociais, alguns de envergadura em especial na Europa, e de maneira violenta em África e na América Latina.

Era um movimento de resistência e de certo modo de recuo, mas o capitalismo em mudança e com fraquezas já evidentes em sectores importantes, cedeu em aumentos salariais, e permitiu que os trabalhadores conseguissem uma barreira aos tempos que se avizinhavam – conseguiram impor deveres ao patronato (subsídio de desemprego, manutenção do seu poder de compra, redução dos tempos de trabalho)  ao mesmo tempo que havia um incremento nos preços.  

Mas a crise do Capital tinha o seu epicentro nos Estados Unidos, embora continuassem a ser a potência económica dominante, em grande medida, a mais poderosa militarmente.

Essa crise cresce constantemente – pelo menos mais duas crises vão abalar directamente os Estados Unidos a de 1979, com a revolução iraniana e a de 1991 criada com a guerra do golfo de 1991.

Mas pode afirmar-se que o mundo desde 1971 foi percorrido por mais de uma dúzia de crise financeiras de dimensões várias que atingem parte do sistema ocidental, desde a Suécia até ao Japão, sempre em ligação com a crescente dominância de uma fracção do grande capital financeiro especulativo.

Esta turbulência vai minando progressivamente o papel dos Estados Unidos no Mundo. 

E a percepção deste facto pelos lumpem magnates que começam a submergir toda a sociedade norte-americana empurra-os para criar uma base ideológica numa tentativa de recuperar a supremacia económica não só no país, mas na arena internacional.

O outro acontecimento marcante é a derrota clamorosa das Forças Aramada imperiais norte-americanas na antiga Indochina francesa, em 1974/75, o golpe de Estado em Portugal com a derrocada do regime fascista pró-hitleriano de Salazar e Caetano e o derrube da ditadura dos coronéis, bem como o afastamento do general Franscico Franco, com a sua morte, da Chefia do Estado em Espanha. 

E, na sequência da fraqueza castrense e económica da grande potência soberana que as segurava e estimulava, em fase posterior, as ditaduras militares sul-americanas.

Estes dois factos e os eventos sucessivos que se multiplicaram, sempre em espaços cada vez mais curtos, tornaram-se sinais evidentes, por um lado, de que a supremacia, sem freio, da grande burguesia financeira conduzia a uma centralização do poder do dinheiro, o que leva a trucidar o capital industrial, os próprios grandes proprietários de terras, todo o sector comercial, o que está a levar à própria estagnação produtora capitalista, o que coloca o sistema capitalista numa encruzilhada, como modelo de gestão a ser seguido;

por outro, fez surgir, perante a perda de poder económica da grande superpotência,  após o colapso da antiga URSS,  forças regionais ou países com poder crescente (económico e militar) que se constituíram (ou estão em vias disso) em pólos de disputa, limitando a capacidade de actuação, quer comercial, quer castrense dos Estados Unidos. 

O Mundo começa a tornar-se, crescentemente, multipolar.
Aliança cada vez mais cara entre EUA e Israel

grupo de Xangai

3 – Com a evolução deste dois acontecimentos aprofundam-se duas vias, já em gestação nos anos 60 do século passado, que vão ser uma importância destacada: por um lado, em toda a economia política e geopolítica internacional, por outro, no renascimento da ideologia neonazista, sob a denominação de neoconservadorismo, cujo centro são os Estados Unidos, em associação estreita com o Estado de Israel.

Na realidade, a política prática levou, progressivamente, com particular ênfase na década de 1990, fosse instituída, como prática internacional, a ideia de que o poder estatal teria de defender, fosse a que preço fosse, em primeiro lugar o sistema financeiro, em especial as entidades financeiras que faziam as maiores vigarices no mercado de capitais, como o Banco HSBC, que foi acusado de lavagem de dinheiro em muitos milhares de milhões de dólares.

E, que veio a desembocar na crise norte-americana de 2008: os lucros eram generosamente repartidos entre a grande aristocracia financeira, em especial a judaica, centrada em Wall Street e a Vaticana, enquadrada nos sigilos da Santa Sé. 

Tudo o que era considerado “lixo” – ou seja os desastres na aplicação de fundos de risco e nas bolhas imobiliárias e outras – eram pagas e continuam a ser pagas pelos contribuintes (trabalhadores assalariados e pensionistas-

Esta continua a ser a via escolhida pelos representantes do capital financeiro que está no poder.

Mas, esta evolução trouxe a desconfiança nas grandes praças do capital e da especulação bolsista, e, os grupos regionais ou os chamados países emergentes começaram a distanciar-se e a procurar “formas alternativas” de evitar o poder avassaladoras das grandes instituições financeiras.

Como resultado desta política, formaram-se os blocos regionais e as parcerias de negócios forjados fora do poder centralizador de Wall Street e City londrina e da moeda dominante o dólar.

Nas duas últimas décadas, nasceram o MERCOSUL na América Latina, fora da esfera de influência económica norte-americana, com um braço militar próprio o UNASUR, bem como o grupo de Xangai, que procura aliar uma forma única de mercadejar entre si e fomentar, mesmo, novas alianças militares de acção comum (China, Rússia, Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão e Uzbequistão, tendo como país observador o Irão).

Anteriormente, formara-se a União Europeia, que, de maneira mais obscura e titubeante, busca, igualmente uma política própria fora da hegemonia dos Estados Unidos.

Ora, esta percepção que uma parte importante do grupo dirigente norte-americano já descortinara, logo após a formação da Comunidade do Carvão e do Aço, forjada na Europa, levou-o a formular uma doutrina de carácter imperial e de imposição classista do seu domínio ditatorial como força de poder económico e de poder político (interno e externo) centrado na sua visão das instituições monopolistas ditas democráticas, rotativistas entre dois grandes partidos, sob a supervisão do grande capital financeiro, em especial judeu.

Os primeiros escritos teóricos organizados em torno do neoconservadorismo (claro que não podiam apelidar de nazi ou fascista aos seus programas) surgiram, em meios intelectuais, nos princípios dos anos 70, mas estribados em fundações do capital financeira como o Heritage Foundation, American Enterprize Institute, John Birch Society,  cujo reflexo tiveram apoio em revistas da especialidade, como o Commentary, que é o órgão de imprensa do American Jewish Commitee.

É um jornal judeu, The Forward, o mais antigo daquele grupo político-religioso, que confessa, abertamente, em 2006: 

Se há um movimento intelectual na América do qual os judeus podem reivindicar a invenção, é realmente o neo-conservadorismo. Este movimento horrorizará, sem dúvida, a maior parte dos judeus americanos, maioritariamente liberais . E, portanto, é um facto que enquanto filosofia política, o neoconservadorismo nasceu entre filhos dos imigrantes judeus e que ele é, actualmente, dos netos destes imigrantes”.

Só que o jornal omite que estes judeus são os filhos representantes do capitalismo financeiro dominante de Wall Street.

E do intelectualismo passam à prática.

Tornam-se académicos formadores de consciências nas grande universidades das elites dirigentes, entram nos departamentos governamentais, nas estruturas dos serviços secretos, colocam os seus “homens de mão” no Congresso e na Câmara dos Representantes, assaltam as forças armadas. 

Ascendem às Presidências das grandes autarquias, como Nova Iorque (Blomberg) e Chicago (Rahn Imanuel), por exemplo. 

Avassalam, com a total cumplicidade interna,  as organizações dos senhores do Capital, como a Conference of Presidentes of Major American Jewish Organizations.

A interligação directa entre o sector capitalista e o poder político que abre as portas à ideologia neoconservadora começa a fazer-se dentro da própria administração com as entradas, ainda no tempo de Richard Nixon.

Foi um dos seus operacionais mais destacados Donald Rumsfeld, que foi conselheiro político daquele e seu chefe de gabinete. 

Após a impugnação de Nixon, ascende a secretário de Estado da Defesa de Gerald Ford (o vice-presidente que ocupa o lugar presidencial).  

É ele que faz entrar um então jovem Richard “Dick” Cheney no departamento de Actividades Económicas Estratégicas da Administração Nixon.

Após a passagem pelo governo, Rumsfeld vai entrar com alto dirigente no complexo industrial militar.

Com estas pontas de lança, os teóricos neoconservadores, em aliança prática e ideológica com os cristãos evangélicos, mórmons e católicos da ultra-direita vão ter um peso acrescido no governo de Ronald Reagan,  o primeiro a erigir a doutrina nazi-neoconservadora em teoria de Estado.  

(Reagan chegou a prestar homenagem aos soldados nazis, na Alemanha). 

Curiosamente, foram dois neo-conservadores judeus Jeanne Kirkpatrick e Richard Perle a definir a política externa da era reaganiana: intervenção armadas em territórios “essenciais para a segurança interna norte-americana”, aumentos do Orçamentos de Defesa, “direito” de intervir em países para mudar o seus sistema político, em nome da democracia e expansão da capacidade nuclear, como arma dissuadora essencia (o neo Wohlstetter, já falecido, é um dos pais da nova doutrina nuclear americana).

O chefe de gabinete do vice-Presidente George Bush é um dos principais teóricos do neo-conservadorismo: Irving Kristol.

Não à política de consenso,  por uma política agressiva que “transforme as coisas”. 

Os seus valores de referência é a democracia americana e a sua capacidade de conquistar o mundo.

Foram ganhando força com a Presidência de George Bush, colocados em lugares destacados, mas não de grande poder com Biil Clinton, aparecem, como fundamentais, ao elevar George W.Bush à Presidência. 

Têm na mão a Vice-Presidência, com Dick Cheney. 

Dominam a Secretaria de Defesa (Rumsfeld, Paul Wolfowitiz e Ricard Perle, ambos adjuntos e Douglas Fieth subsecretário da pasta), tem papel influente na Secretaria de Estado do general Powell, que colocou como seu secretário adjunto Richard Armitage.

Na Procuradoria-Geral da Justiça (Ministério da Justiça) fica John Ashcroft (um cristão evangélico que vai alinhar, sem questionar, com toda a doutrina de restrições internas das liberdades e da legalização da tortura, através de leis secretas.

O poderoso Conselho de Segurança Nacional ficará sob a supervisão de Condoleezza Rice (a mais ortodoxa deste corrente), que colocará Elliott Abrams, responsável pelo Oriente Médio no Conselho de Segurança Nacional.

Com o 11 de Setembro de 2001, e o ainda hoje obscuro ataque aérea às Torres Gêmeas de Nova Iorque e ao Pentágono, cujos autores apresentados como os operacionais pela Administração Bush, mas até hoje nunca julgados, deram entrada nos Estados Unidos da América, com documentos passados pelas autoridades diplomáticas, sob a supervisão da CIA, em Jiddá, na Arábia Saudita, foi lançada uma guerra interna e externa contra o apelidado “terrorismo”.

Com esta acto abriram-se campos de concentração em território norte-americano, foram criadas prisões secretas, prenderam-se pessoas que ainda hoje não se conhecem os nomes (e como afirmei atrás ainda nenhum foi julgado, sendo que uma parte substancial deles até já foi libertado sem qualquer acusação formal), atacaram-se países, mataram-se milhares e milhares de pessoas, restringiram-se as liberdades fundamentais no interior dos Estados Unidos, elevou-se o medo a valores nunca antes imaginados.

O país é hoje um Estado policial e um Estado de guerra permanente e fomentador de conflitos pelo Mundo.

Aconselho a leitura de dois livros de origem norte-americana, que embora com  uma escrita orientada para as versões do seu país, descrevem com grande profusão de documentos e informação o que se passa naquele país.

Cito-os para quem se queira documentar. 

Um deles o seu autor é James Risen, vencedor do prémio Pulitzer, e chama-se “Estado de Guerra – A História secreta da CIA e da Administração Bush , da editora Quidnovi”, de 2007.

O outro tem como autor Dominici Streatfeild, com o título “Uma História do Mundo depois do 11 de Setembro – Desastre, logro e destruição na guerra contra o terrorismo”.  Foi editado pela D. Quixote, 2011.

Ataques norte-americanos no Afeganistão

4 – A teorização da política de agressividade permanente e de implosão crescente e refinamento do sistema armamentista pode levar a que um sector importante do complexo militar se agigante e até mantenha um sistema produtivo importante em actividade.

Aparentemente, pode trazer benefícios internos e até externos.  

Todavia, essa evolução para os Estados Unidos já não tem a capacidade de os tornar os únicos exclusivos no grande incremento e na capacidade de projecção de forças em todo o espaço planetário.

E isto porque – em diferentes escalas é certo – levou a que grupos de Estados, ou mesmo Estados pequenos a dotarem-se de grande sofisticado mesmo no domínio do arsenal nuclear.

O gigantismo do Orçamento Militar dos Estados Unidos transformou este país, através das suas Forças Armadas, a terem como objectivo único da sua política de Estado a sustentação e movimentação constante das mesmas. 

Mas esta política é, no fundo essencialmente, económica e torna-se desastrosa para o próprio incremento societário desse mesmo Estado.

A expansão do Orçamento de Defesa é auto-destruidor da produção económica industrial. 

Contribuiu, em grande medida, para o seu colapso financeiro.

Porque as contribuições fiscais e outras dos assalariados são desviadas para manter uma estrutura castrense cada vez mais pesada, refinada, mas obsoleta, porque não se consegue impor no terreno que pretende dominar como “espaço vital”.

Detroit

E certamente faz desenvolver noutros Estados ou grupo de Estados concorrentes também o fomento de superorçamentos militares, o que significa desperdício de dinheiro não só nos EUA , mas toda todo o planeta em detrimento do bem-estar das populações.





Sem comentários:

Enviar um comentário