quinta-feira, 21 de junho de 2012

A PARANÓIA IMPERIAL DOS EUA ESTÁ TORNAR O MUNDO PERIGOSO













1 -  Em 2011, surgiram movimentos contestatários em vários países do Magrebe e do Médio-Oriente. 


Os grandes meios de comunicação social - e os seus analistas de serviço, que ora dizem uma coisa e a seguir o seu contrário, se o vento começar a soprar de outro sentido - lançaram foguetes, e, foram buscar as canas, sustentando, sem uma análise fundada, de que se estava perante um curso democrático, sem retrocesso, praticamente, um percurso revolucionário, que iria varrer os chamados ditadores de serviço da região. 

Falavam, mesmo, sem o mínimo pudor, em subversão geral. 

Na realidade, existia - e existe - em toda a região muçulmana do Magrebe e do Médio-Oriente um sentimento de revolta generalizada, mas, actualmente, muito superficial e dispersa, contra os seus regimes internos e contra as usurpações externas, principalmente dos Estados Unidos da América e os seus aliados mais próximos, os os quais estão sustentados nesses regime que sugam as suas riquezas nacionais.

Os arautos da democracia vulgar, tendo como impulsionadores os serviços secretos (civis e militares) dos EUA, Inglaterra, França, e, toda a teia comercial e de informação dos judeus ligados à MOSSAD israelita, calvagaram o patriotismo genuíno de uma parte das massas populares para fomentarem a estagnação e /ou a desagregação dos Estados daquelas regiões, e, em último caso, para reorganizarem o poder a seu favor apoiando as organizações religiosas (ou pseudo-religiosas) estilo Irmandades Muçulmanas ou redes que se dizem ligadas à Al Qaeda, todas de orientação sunita, e submetidas (económica e religiosamente) ao regime teocrático pró-nazi da Arábia Saudita.

Foi o caso de Marrocos (depois das movimentações, o rei nomeou o islamista sunita, Abdelilah Benkirane, líder do Partido Justiça e Desenvolvimento, primeiro-ministro do País); na Tunísia (o chefe do governo chama-se Hamadi Jebali, pertence ao partido islamista sunita Ennahda; no Egipto, os militares permitiram a queda do seu antigo líder Mubarak, mas dominam através de uma ditadura militar, encimada pelo antigo chefe dos serviços secretos do *rais*, e permitem o domínio na Chefia de Estado de um islamita sunita, da Irmandade Muçulmana, sob a tutela castrense para evitarem as movimentações dos salafistas, de confissão xita.

O caso, aparentemente, mais bicudo, que parecia ser a Líbia, foi "resolvido" pelos democratas militares da NATO, afastando, cruel e sanguentemente, o coronel Kadafhi, ao fim de quase um ano de conflito castrense, lideradas por forças para-militares estrangeiras da Al Qaeda, sob o comando real de oficiais norte-americanos e ingleses, que efectuaram massacres descomunais e uma ocupação colonial real, entregando, no entanto, depois, o poder nominativo à Al Qaeda, dita da Líbia.


Seria impossível, na divisão tribal, da Líbia, qualquer força interna de Leste (Bengazi - 800 mil habitantes) conquistar o Oeste, onde se situa Tripoli, com cerca de três milhões de habitantes hostis. 

Mas quem é actualmente o "homem-forte" governador de Tripoli, a principal região da Líbia.? 


Chama-se Abdelhakim Belhaj. Foi ele que entrou em Tripoli, aparentemente à frente de uma desconhecida tribo berbere, que, segundo as informações, seriam residentes nas regiões montanhosas a sudoeste da capital da Líbia, mas que, no terreno, mostravam uma capacidade de organização militar, que jornalistas que os então acompanharam, referenciaram que tinham estado em treino intenso, junto à Tunísia, por forças especiais dos EUA.

Os relatos de imprensa assinalam que eles somente conseguiram chegar a Tripoli, com barragens maciças da aviação da NATO, e barragens de artilharia aliada lançada de navios, especialmente norte.americana e francesa. 


De registar, mais uma vez, que a dita rebelião líbia começou junto à fronteira do Egipto e, por iniciativa desses rebeldes, nunca conseguiram avançar para outras partes do país. 


Seriam, até trucidados, por contra-ataques das forças do falecido coronel Khadafi, se a NATO, com a cumplicidade directa da Rússia, não tivesse agido militarmente no país, metralhando toda a estrutura castrense kadafhiana, tecnologicamente inferior ao arsenal bélico utilizado por Washington, Paris e Londres.

O curioso é que Belhaj, sem qualquer força militar interna, mas que é também conhecido por Abu Abdalah al-Sadek,que se apelida o líder da Al Qaeda na Líbia, esteve detido em Guatánamo e foi solto pelos Estados Unidos, tendo a liderança da Al Qaeda, o duo Osama Bin Ladem/al-Zawahiri, o reintegrado na organização.  


(Foi referenciado, pela imprensa que acompanhou os rebeldes sírios na sua primeira incursão na Síria, como comandante de "tropas da Al-Qaeda", mas que abandonou a região quando o Exército de Assad respondeu, com forças militares, tendo regressado a Tripoli. Hoje, o Estado líbio centralizado não existe. Tudo está nas mãos de clans e seitas desconhecidas, mas perfeitamente organizadas e com dinheiro).


A sua biografia refere que começou a luta no Afeganistão, ao lado dos EUA, contra a presença soviética, e viveu, posteriormente, no Paquistão, com liberdade total.

Como se pode reparar nesta reconfiguração política - e económica - do Magrebe, pós Revolução da Primavera, os poderes de Estados estão nas mãos de islamistas sunitas, ligados ou não à Al-Qaeda, com a plena concordância dos Estados Unidos da América e dos seus aliados da América, e claro, dos dirigentes de Israel. 


A intervenção norte-americana está a trazer ao continente africano, no geral, e ao Magrebe, e Corno de África, em particular, a modificação forçada do mapa da região, com o espírito dourado do "humanismo" capitalista, quando devem ser os povos a fazer ou tentar forjar as suas pátrias. 


Na realidade, estão a retalhar a parte saariana, fomentando rivalidades tribais, destroçando países que se estavam recriando, como a Líbia, o Mali, possivelmente o Níger, mas essencialmente, desfazendo o Sudão, por mero cálculo de se apoderar da produção de riquezas de petróleo, mas no caso anterior, provavelmente também, para usurpar (para controlo) o sistema aquífero arenito da Núbia, considerado a maior reserva de água subterrânea do Mundo, mais de 150.000 quilómetros quadrados de água) que, além da Líbia, abrange o Egipto, o Sudão e o Tchade.

Mas não havia, quando começou a invasão do Afeganistão, um inimigo mortal no terrorismo dos "fanáticos religiosos" para os estrategas de Washington, que era preciso extirpar?.


Afinal, onde está o perigo do terrorismo? 


Para a administração norte-americana - e esta administração é a oligarquia de poder democrata-republicana - os terroristas religiosos estão a ser, na realidade, os filhos dilectos na sua política imperial.







2 - Pode não parecer, mas esta caminhada imperial, que se iniciou com a palhaçada da substituição de Mubarak no Egipto, para instalar os seus fiéis chefes militares no poder, com batucada ritmada na imprensa ocidental, desde Portugal à Suécia com loas à santa democracia, está a findar, como ópera bufa nos terrenos arenosos e dormentes da Síria.


É que o avanço imperial, em passadeira vermelha, acabou. 


Porque ali, na Síria, estão interesses geo-estratégicos de grande potências militares que fizeram saber aos senhores de Washington que a "brincadeira" dos direitos humanos finalizou. 


Agora, estão em causa, essencialmente, controlo das principais riquezas estratégicas para essas potências, bem como toda a sua "zona de estabilidade e expansão" no futuro, que se situam em toda a extensão da bacia do Cáspio.


A Rússia e a China estão em profunda reorganização capitalista, que pressupõe, também, um amplo desenvolvimento económico. 


E, nas relações de forças, a poderosa supremacia do próprio poder económico-financeiro de Washington, está a confrontar-se com a sua debilidade interna na produção, que a está a levar a "adaptar-se" , até pelo aumento exponencial da sua dívida norte (reparem- ultrapassa os 30 biliões de dólares!!!), ao enquadramento económico evolutivo dos chamados países emergentes.


Ou seja, em termos práticos, os EUA, na sua economia de exportação mundial, que lhe dava um poder político enorme, está em fase de estagnação e mesmo recessão. 


Ora, do outro lado,  a economia está a avançar, em traços gigantescos para rivalizar com a supremacia norte-americana. 


E o centro real desta rivalidade, sejamos mais precisos, o centro produtivo potencialmente mais capaz e ascendente está concentrado numa Europa, que tendo uma moeda única, junta uma população de "maior poder de compra" que ultrapassa os 600 milhões de habitantes, e, apesar da crise que a abate, que além de ser financeira, económica e social, e também, uma crise de crescimento. 


Mas, acima de tudo, é uma crise de toda a reestruturação do seu poder político. 


E isto porque a evolução económica capitalista europeia, tal como foi montada em parceria com Wall Street, está ameaçada por uma nova perspectiva política de ruptura. 


Os povos da UE estão a tomar a percepão que a enorme capacidade de evolução da sua economia, já não poderá crescer e dar um salto para um estádio mais avançado de bem-estar, sem se colocar um projecto de um novo e revolucionário poder de Estado.


É, pois, na Europa - na sua unificação, na junção de um novo Estado pan-europeu em novos moldes - que se pode fazer a reestruturação real de um novo modelo social de bem-estar para as classes laboriosas. 


E são, elas que, lenta, mas paulatinamnente, estão a intervir nessa nova vida política. 

3 - O retrocesso enorme do poder económico dos Estados Unidos nos últimos 50 anos, cujos primeiros indícios surgiram, precisamente, com a crise do petróleo de 1973, levaram, também, uma parte dos dirigentes europeus a perceber que teriam de imprimir uma via própria económica unificada, ascendente e embutida na própria produção interna europeia, para puderem suportarar as crises seguintes, que iriam atingir, de suma maneira, a própria actividade económica interna dos Estados Unidos. 

Esta percepção e a concepção que trouxe a argamassa para criar, primeiro, a Comunidade Europeia Europeia está cimentada, justamente, numa época:  as derrotas militares sucessivas dos Estados Unidos - nas várias guerras da Indochina - Laos, Cambodja e Vietname. 

Foi, na realidade, na parte final da década de 70 que se efectuam os alargamentos às regiões periféricas da própria CEE. 

O sector mais avançado da burguesia europeia estava consciente que precisava de se fortalecer, primeiro economicamente, depois na diplomacia e na formação militar, para se afastar de um Império, que lhe deu cobertura, mas que se estava a afundar, cada vez mais, para se salvar, na militarização crescente da sua actividade como potência, que multiplicou a sua acção com a desagregação da União Soviética.

Foi esse militarismo, que está entrelaçado ao capital especulativo de Wall Street, pois fez subir drasticamente os encargos com a máquina castrense, em crescimento em homens e tecnologia, que está a devorar, perigosamente, os Estados Unidos. 


E como o complexo financeiro e militar industrial do país tem a percepção que, actualmente, a concorrência, por um lado, económica, por outro lado, geo-estratégica de outras potências, incluindo a UE (convem referir isso, existe concorrência latente, embora muito disfarçada no interior dos sistemas militares europeus...), leva-os, praticamente, em desespero, em aumentar os gastos e as forças armadas por diversos pontos do globo, em busca de uma "solução paranóica" para a sua supremacia.


Interna, mas também externamente, estão a avançar a passos largos para uma catástrofe financeira, mas, o que é mais perigoso, é que tentam forçar guerras, mesmo de cariz nuclear em diferentes zonas do Mundo.  


(No chamado Médio Oriente, estão concentrados mais de 300 mil soldados norte-americanos, desda Turquia, ao Afeganistão, Iraque, Arábia Saudita, Qatar, Kuwait ou Barhein. Além disso estabeleceram no Barhein a sede da Quinta Esquadra da Armada norte-americana, onde zarpam pelo menos dois porta-aviões, com armas nucleares e respectivas escoltas, incluindo navios de superfície e submarinos, também equipados com idênticas armas, até um sofisticado emaranhado de aviões de reconhecimento e de combate das últimas gerações. Para não ser exaustivo, não esquecer que têm, em permanência, Esquadras no Mediterrâneo e bases aéreas com capacidade de aviação de longo raio, a partir de Itália ou de Diego Garcia no Índico ).

Toda esta vertente, de maneira exponencialmente crescente, está a ser, nos dias de hoje, o fim principal de toda a actividade política prática do regime financeiro especulativo dominante do aparelho de Estado dos Estados Unidos: a sobrevivência num expansionismo militar capaz de conduzir à guerra em larga escala.

(Dizia há dia, o judeu Andrew Shapiro, subsecretário de Estado para as questões político-militares que o lucros dos EUA obtido nas exportações de armas no presente ano financeiro já superou os 50 mil milhões de dólares, o que, para ele, é um recorde. Entre os compradores mais influentes, segundo aquele governante, estão a Arábia Saudita e o Japão. Digo eu - significativo Médio Oriente e sul da China!!!)

Mas o regime centrado em Wall Street, igualmente, estava consciente que não podia "deixar" a UE seguir um rumo próprio geo-estratégico e militar, e, fomentou a sujeição total do sistema financeiro europeu aos ditames de Washington. Daí a crise actual.

E, por tabela, contou, principalmente, nos últimos vinte anos, com a cumplicidade consciente dos governos e classes dominantes, principalmente, da Europa, desde a submissa Grá-Bretanha até à civilizada Suécia.

É um facto que não deixaremos esquecer. 
Nem perderemos de memória esta realidade. 

A História, certamente, não deixará de analisar, friamente, o papel nefasto realizado nesse campo por esses dirigentes europeus. 

Embora, uma parte dessa gentalha queira agora afastar-se dos crimes que cometeram e caminhar para uma nova via nas relações geo-estratégicas económicas, buscando alianças e parcerias da Europa, mesmo monetárias, com os chamados BRICS.


sábado, 9 de junho de 2012

BANKIA: UM GRANDE NEGÓCIO DA IGREJA EM ESPANHA





1 - A grande burguesia europeia e norte-americana está em alvoroço com a possibilidade real de bancarrota do sistema bancário espanhol. Andam, numa roda viva, a imaginar manigâncias para sacar mais dinheiros dos contribuintes europeus para "deitar a mão" aos abutres accionistas e protectores das ladroagens e descapitalizações que fizeram nos bancos espanhóis. (colocando os dinheiros em off-shores privados em nomes dos seus vigaristas ladrões).


E a preocupação imediata é uma entidade financeira, que, aparentemente, somente nasceu em 2010. O chamado banco Bankia.


Então, porque é frenesim, se este Bankia nasceu de um sistema de aforro "popular" que, em termos práticos, deveria ser simples e transparente?


Ora este Bankia é uma entidade financeira, que na realidade movimentava - ou movimenta - muitos biliões de euros. Formalmente, é uma instituição financeira pertencente ao Banco Financeiro y de Ahorros (BFA).


Oficialmente, é o primeiro banco espanhol de "negócios domésticos",  mas tem activos totais que ultrapassam os 270 mil milhões de euros e um valor patrimonial de 12 mil milhões de euros.


A 7 de Maio de 2012, foi anunciada uma nova injecção de capital pelo estatal Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária, em valor da ordem dos 10 mil milhões de euros. Dois dias depois, o chefe do governo do Partido Popular, Mariano Rajoy, pressuroso, nacionaliza o BFA, com um projecto de meter mais 19 mil milhões de euros no Bankia, que este diz não fará regressar este dinheiro.


2 - Mas então porque está ânsia pela defesa deste banco, em particular, por parte do PP, mas, também, a nível internacional, incluindo o norte-americano J-P.Morgan, e qual a razão porque ele é importante para o sistema financeiro espanhol.


Porque é um banco da Igreja Católica Espanhola - e, acima de tudo, importante, na hierarquia do Banco do Vaticano (IOR), e, em termos, mais latos, nas especulações bolsistas de Wall Street, onde persiste uma parceria estreita entre o capital judeu (Rotschild/ Rockfeller) e a banca da Santa Sé. 


(Eu não sei, ainda, qual a ligação entre estes descalabro financeiro "católico" espanhol e a demissão do Presidente do IOR, e, em parte as intrigas na Cúria Romana. Só futuro o irá explicitar...)


Vamos ao que interessa.


Centremo-nos, em primeiro lugar, na estrutura accionista do Bankia.


O BFA tem, formalmente, 52, 408 % dos direitos de voto, segue-se a Fundacion MAPFRE, com 4,310% (cuja sociedade é a própria MAPFRE e a cartera Mapfre, com uma inversão, em euros - os dois - de 180 milhões de euros. Depois, referencia-se o Banco Santander, com 2,25%, e um inversão de 150 milhões de euros. No lugar seguinte está a Caixabank, com 1,5% e uma inversão de 100 milhões de euros. Com o mesmo valor percentual e inversão está a Mutua Madrilena. Coloca-se depois dois bancos Sabadell e Popular, o primeiro com 0,66 % e  uma inversão de 42 milhões de euros e o segundo com 0,6 %, e uma inversão de 40 milhões.


Ora, todos estas accionistas estão ligados à Igreja Católica espanhola, através da suas ordens e "seitas", desde os Jesuítas até à OPUS DEI.





3 - A criação do BFA está ligado a uma centralização de uma parte das chamadas caixas de aforro - um espécie de caixa de socorro mútuo - que a Igreja Católica, através das paróquias veio a controlar, em maioria, paulatinamente, em Espanha.


Naturalmente, a centralização não foi do agrado de certas caixas locais, pois os aforradores "desconfiavam" de tal abundância. Houve divergências, houve conflitos, mas a interligação estreita entre o Estado Espanhol e a Igreja levou a sua avante.


Assim, em 2010, com o impulso do Banco de Espanã, nas mãos dos grandes bancos, todos ligados a organização eclesiástica católica espanhola (Santander, Sabadell, Popular, entre outros), através de um instituto estatal chamado Sistema Institucional de Proteccion (SIP), naturalmente com o apoio do PSOE de Zapatero no poder - eles receberam as respectivas benesses -, foi fundado o BFA, conjuntamente com a Caja Madrid y Bancaja, a que depois vieram aderir La Caja de Canárias, Caixa Laietana, Caja Rioja, Caja Ávila e Caja Segóvia. 


Esta "fusão" foi controlada pela Caja Madrid - lembro que o timoneiro desta era, nada mais nada menos, que Rodrigo Rato, voltaremos a ele. 


Grande negócio: este novo banco ficou a gerir, conjuntamente, mais de 350 mil milhões de euros de activos e veio a receber ajudas estatais de 4.465 milhões de euros.  


O BFA começou a funcionar a 1 de Janeiro de 2011 e a 2 de Março de 2011 foi apresentado um novo banco, dependente daquele chamado BANKIA. 


Rodrigo Rato ascendeu a chefe máximo do Bankia.







Com a bênção a apoio de todo o aparelho estatal e da superestrutura religiosa, o Bankia recebeu, de imediato, o "agrement" do capital internacional, através do Morgan Stanley Capital International. Teoricamente, por manobras várias, em particular a especulação imobiliária, o Bankia começou a encher-se de dinheiro.


A "bolha" entretanto rebentou. Onde está o dinheiro? Os asseclas da Igreja Católica no governo procuram, agora, recapitalizar à custa dos dinheiro dos contribuintes.


4 - Quem é Rodrigo Rato? Foi um dos chamados "tecnocratas" formados na fase última do consulado franquista, sob a escola da OPUS DEI. 


Foi - e certamente é - um seu fiel. 


Quando Franco cai, passa uns três anos de travessia no deserto, e, em 1979, apresenta-se como candidato por Cádiz pelo partido Alianza Popular, de Fraga Iribarne, o antecessor do Partido Popular, de José Maria Aznar.


Foi vice-presidente  do governo e ministro da Economia de Aznar entre 1996 e 2004.


Formou-se na Universidade Católica Complutense (Direito) em 1971.


A sua íntima ligação ao capital financeiro do Vaticano na Europa (e no Mundo), elevaram-no ate 2007 director-geral do FMI.


Como Ministro da Economia, realizou a maior privatização realizada até agora em Espanha, que beneficiou, em grande medida, a Igreja, como por exemplo, a Argentaria, agora integrada no BBVA (Opus Dei), Telefónica (cujos principais accionistas são o BBVA, La Caixa e os fundos Blckrock).


O descalabro do Bankia começou a dar brado e o Banco de Espanã entalado foi obrigado, em Dezembro de 2011, a divulgar os salários (incompletos) dos seus principais administradores.


Ficou-se a saber-se que Rato recebia uma renumeração anual (sem cartões e outras benesses) de 2,43 milhões de euros.


Os dinheiros do BFA e do Bankia escapuliram-se pelos off-shores e empresas-fantasmas.


Agora, os títeres da Igreja Católica no governo procuram, afanosamente, que o contribuinte pague cerca de 10 mil milhões de euros para o Bankia e possível 40 mil milhões para o BFA.


E a gente como Rato, Aznar, Zapatero, Rubacalba ou Rajoy, bem como os financeiros dos bancos da Igreja, continuam a gozar o nosso dinheiro e a rir-se dos pacóvios que lhe vão dando os votos.






sexta-feira, 8 de junho de 2012

ESTARÁ O CONTRATO MUNDIAL ENTRE ESTADOS A QUEBRAR-SE?

1 - Quando, em 2001,  os Estados Unidos da América, arbitrariamente, iniciaram o bombardeamento e, posterior ocupação do Afeganistão, ficamos, por assim dizer paralisados, pela ineficácia de uma resposta dos povos, contra uma arrogância imperial, sem tino, e de uma violência inaudita.


Foram muitos, nessa ocasião - em especial, os militaristas da NATO, os representantes balofos, mas ufanos, do Capital internacional, desde a chusma vigarista social democrata dos Gonzalez, Mauroy, Blair, à máfia conservadora de Merkel, Sarkozi, Berlusconi, Aznar e Barroso, passando pela cáfila cobarde, mas, untuosamente, arrogante quando está na mó de cima, dos capitalistas judeus de Wall Street, com os Rothschild e Warburg, entre outros, que ofereceram, há 60 anos, financiamentos e oficiais-generais como o marechal de campo Erhard Milch, general aviador Helmuth Willberg, general Johannes Zukefort, ou almirante Bernhard Rogge, à ascensão capitalista terrorista nazi na Alemanha, deixando massacrar sem piedade os seus congéneres de religião, aqueles que meros comerciantes ou burgueses empobrecidos judeus- que consideraram esse ascenso aterrador e violento de poder imperial ianque, como uma marca de sucesso de permanência no poder, sem retorno, das classes dominantes, encimadas pelo capitalismo financeiro internacional, dirigido de Washington.


Toda essa gente - no fundo, a grande e média burguesias - pensavam,sustentavam e argumentavam que os povos, os desfavorecidos, as classes trabalhadoras, a própria pequena burguesia entalada, já, pela crise económica e financeira que se aproximava ao longe, iriam renunciar ao direito à subversão, à rebeldia, à revolução. Davam loas à "pax americana".


E isto porque o que os autocratas ditadores de Washington estavam a realizar, a mortandade e a evolução imperial, no Afeganistão, primeiro, e, mais tarde, no Iraque, era efectuada em torno de um lema "humanista", em nome da democracia e da liberdade.


Esse capital centrado em Wall Street, através da administração norte-americana - e secundariamente na City londrina, com a social democracia liberal de Blair -, primeiro, com uma argamassa ideológica, a debitar doutrina de que tudo o que beliscasse, ainda que, pela simples palavra, a "ordem estabelecida" se tornava fomentador do terrorismo, subversivo merecedor de ser classificado como perigoso delinquente.


Fizeram-se,depois leis, ainda por cima com a legalidade "secreta" que permitiam a prisão de todo e qualquer elemento suspeito de prática de "terrorismo", um anátema real para muscular o sistema político vigente, com restrições de movimento, de circulação entre países, e, até, com detenções arbitrárias e clandestinas.


Depois passaram a acção policial mundial, criando um campo de concentração, aparentemente, extra-territorial, num pequeno território ocupado pelos EUA em Cuba, Guántanamo, para fugirem, com jurisprudência para eles realizada, a qualquer acção judicial internacional, como criminosos de guerra, e comprando, ao mesmo tempo, a cumplicidade dos bufões de serviço da Europa e da África, para, em vários países, constituírem prisões secretas, onde, através de raptos, de operações de puro banditismo, ali colocaram possíveis "suspeitos de terrorismo", que matavam, faziam desaparecer ou simplesmente mantinham, como mantém, em detenção definitiva, sem qualquer nota de culpa.

2 - Na realidade, foram poucos os que, então, se manifestaram contra este estado de coisas.


Para fazer desaparecer a evolução histórica é necessário provocar a implosão da Terra.


A violência, por mais inaudita, que possa parecer, ou surgir, é, acima de tudo, um dado económico.  Este facto, ainda se torna mais evidente, quando adquire o estatuto de hiper-violência.


Tem, portanto, os seus custos, traz a militarização, e esta enquadra, no seu extremo, a retrocesso de quem a transforma, em último caso, em assunto principal e primordial da política de Estado: é que o que está acontecer com os Estados Unidos. As dívidas, pública e privada, ultrapassa o inimaginável. 

Hoje, verificamos como a História, na sua versão irónica, transmudou tudo o que, há duas décadas, se considerava como imutável, como verdades eternas.





Os revolucionários de há 200 anos, que fundaram o Estado modelo do capitalismo, sem a necessidade de lutar contra os resquícios do feudalismo, que estiveram, na primeira fila, do combate mundial contra a escravatura, que constituíram uma grande e forte República Democrática Republicana, são hoje os execráveis  sanguinários contra-revolucionários, que incendeiam o mundo agrilhoando povos, destroçando países, em nome do domínio rapace, e sem freio, do capital mais desclassificado e improdutivo, o capital especulativo.


Ora, os defensores da ordem "mundial", os apologistas da liberdade e da democracia, são, justamente, os fautores dos mais escabrosos ataques aos direitos humanos.


Ficamos a saber - cito o Diário de Notícias de 29 de Maio findo - que se socorre de uma reportagem do principal jornal do sistema político norte-americano que o Presidente dos Estados Unidos, no caso presente, o muito incensado democrata Barack Obama, do grupo mafioso de Chicago, aprova, pessoalmente, o assassínio dos eventuais suspeitos que lhe são apresentados como membros integrantes do terrorismo, que a administração de Washington apelida de Al-Qaeda.


Refere o jornal NYT que "o Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, supervisionou, pessoalmente, um procedimento secreto destinado a determinar quais os presumíveis membros da Al-Qaeda, que deveria ser colocados numa lista especial de pessoas a abater".


(A Al Qaeda é uma estrutura criada e alimentada pela CIA, cujo membro mais proeminente, que os próprios norte-americanos, tornaram numa "vedeta", Usama Bin laden é membro do clan alargado da família real saudita, que financia, treina e arma o sector mais fanático e violenta da ideologia muçulmana sunita, cuja sede principal é na capital da Arábia Saudita, cujos mentores teológicos são os membros mais proeminentes da teocracia do país, os reis e príncipes que governam aquele país, subserviente e perfeitamente integrado na órbita de Washington).


Também é adaministração de Obama que estabelece directamente a "lista de morte" de eventuais suspeitos que serão atacados por drones, aviões não tripulados equipados com mísseis, que até podem ser nucleares,  em diversos países do Médio oriente, incluindo o Paquistão. "Ele (barack Obama) determinou que as decisões a tomar serão da sua responsabilidade", declaou ao NYT Thomas Domilon, conselheiro para a Segurança Nacional, acrescentando, e além de citar, sublinho-o, "o presidente considera-se responsável pela posição dos Estados Unidos no mundo".


Os partidos da ordem - os que eles consideram ser a posição dos EUA no Mundo - são hoje os mentores dos actos mais vis. que violam todas as leis internacionais, que se tornam criminosos de guerra. Eles julgam-se impunes.


Tão impunes que divulgam, descaradamente, que fazem actos de sabotagem organizada, pensada e concientemente fomentada, para actuarem sobre outros países, que não se submetem aos seus ditames.


A notícia tem alguns dias e saiu também no New York Times uma notícia, que o periódico sustenta ter sido investigada ao longo dos últimos 18 meses, segundo a qual Barack Obama ordenou, secretamente, que se intensificasse os ataques informáticos contra as instalações nucleares iranianas, uma operação que fora iniciada pela Administração George W. Bush, com o nome de código "Jogos Olímpicos".


O jornal precisa que tudo foi confirmado junto das autoridades norte-americanas, europeias e judias (ou seja, os abutres dirigentes europeus estão a entrar na mesma ilegalidade).


Esta notícia surge na mesma semana em que a empresa russa de combate a vírus e de segurança informática Kaspersky anunciou ter identificado um novo vírus com uma capacidade inigualável de causar danos e capturar dados de sistemas informáticos. Ora, este vírus atingiu todo o Médio-Oriente e os russos retiveram  dados que levam aos seus autores: os norte-americanos.


Esta actuação, que está no seguimento de toda a carnificina que os EUA estão a desencadear em várias partes do mundo, é uma arma de dois gumes. O poder ditatorial autocrático de Washington pensa que pode agir à sua vontade.


3 - Mas, eles não se podem esquecer que os EUA, por um lado, mas a própria organização que eles participam internacionalmente, a ONU e NATO, são estruturas estatais e para estatais, com mais componente política ou militar, conforme o caso, que assentam em acordos contratuais.


O que eles estão a efectuar a nível mundial criam rupturas em estatutos legais estabelecidos, e, a sua ânsia de poder, de controlo, mesmo dentro do seu país, dos seus direitos e liberdades, podem conduzir a cortes brutais nesses compromissos.


Os povos - particularmente a aliança de países, como acontece na América do Sul ou na Ásia, mas também, na própria África - podem criar rupturas nesses contratos violados e então libertam-se de tutelas, libertação esta podem poder ocorrer, em tempos talvez não tão distantes, como poderemos imaginar.


E, neste caso, surgem os clarões das subversões, das rebeliões, das próprias revoluções.