domingo, 25 de março de 2012

CARGA POLICIAL: O CINISMO DOS APOLOGISTAS DO REGIME





 

Carga policial no Chiado, Lisboa, na quinta-feira sobre jornalistas


1 - A 13 de Dezembro de 2008, Jorge Sampaio, então Presidente da República, foi o primeiro Chefe de Estado portugueses a visitar o quartel do Grupo de Operações Especiais (GOE) da PSP, particularmente, vocacionado para a defesa da "chamada segurança nacional portuguesa", tecendo largados elogios aquele corpo de intervenção policial e das suas actuações *musculadas", sustentando que recebem um "treino muito forte e muito apertado" para desempenharem as funções em defesa do regime.


Acrescentou que esses polícias de choque deveriam estar "devidamente equipados" e actuantes.


Fazia-se acompanhar - para não esquecer - pelo então Ministro da Administração Interna (MAI) António Costa e José Magalhães, que exercia o cargo governamental de Secretário de Estado da Administração Interna. 


2 - Há dois dias, em *calças de ganga* de democrata, puxava de galões de grande activista de resistência à ditadura, participando num almoço que juntou alguns dos chamados "protagonistas" da crise académica de 1962, onde ele se incluía, juntamente com outros arautos do actual regime, como os ex-Ministros Medeiros Ferreira e Vera Jardim e aprovaram, de peito feito, uma moção de repúdio pelos actos de violência policial (realmente bem treinados e equipados!!!) de quinta-feira passada, e, enviaram a respectiva moção para os principais órgãos de soberania.


 
A moção foi aprovada na sequência de um almoço, na cantina da Cidade Universitária, em Lisboa, que hoje reuniu mais de 400 estudantes que há 50 anos realizaram «luto académico» após uma carga policial na alameda do Campo Grande.
Aspecto da reunião de alunos em 1962

«Há dois dias, vimos nas televisões as imagens de polícias carregando de novo sobre jovens, com uma violência desmedida e desproporcionada. Mais vimos o espancamento de jornalistas, pondo em risco a isenta cobertura da carga policial», refere a moção aplaudida entre as mais de 400 pessoas, incluindo os supracitados e ainda o Provedor de Justiça Alfredo José de Sousa.

Afirmaram os antigos oposicionistas que «os jovens de 1962 não podem tolerar em democracia o que repudiavam em ditadura», e assim decidiram em primeiro lugar «manifestar o seu repúdio pelos actos de violência policial verificados em Lisboa e Porto a 22 de Março de 2012».

No segundo ponto da moção, foi ainda decidido «dar conhecimento desse repúdio a Suas Excelências o Presidente da República, a Presidente da Assembleia da República, o Primeiro-Ministro; o Ministro da Administração Interna, o Inspector-Geral da Administração Interno e o Sr. Provedor de Justiça, assim como aos órgãos de Comunicação Social».

Na quinta-feira à tarde, em dia de greve geral convocada pela CGTP, a Polícia de Segurança Pública (PSP) e várias pessoas ligadas à plataforma 15 de Outubro envolveram-se em confrontos junto ao Largo do Chiado, em plena baixa lisboeta.

Durante os confrontos entre manifestantes e polícias, os fotojornalistas José Sena Goulão (da agência Lusa) e Patrícia de Melo Moreira (da France Presse), que se encontravam no local a fazer a cobertura do acontecimento, foram agredidos pelas forças policiais.


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