quinta-feira, 11 de agosto de 2011

AFEGANISTÃO: OS VALENTES SOLDADOS DA NATO PAGAM PARA NÃO MORRER

Tão valentes que nós somos para as fotografias!!!


Eis os belos exemplos de democracia, direitos humanos, conquista da liberdade, transparência, honestidade dos promotores do Império ocidental, que se subordinam ao suserano de Washington, atravês da máquina militar norte-americana, chamada NATO. Olhemos, precisamente, para o Afeganistão.



Citamos um telegrama da agência oficial de notícia italiana, chamada ANSA, emitido dias atrás, na sua capital, Roma: "As autoridades da Itália fazem pagamentos aos membros de milícias guerrilheiras talibãs e aos "senhores da guerra" no Afeganistão para "evitar ataques" aos seus soldados e para "obter protecção". Esta é uma acusação proveniente da Secretaria de Estado norte-americana, divulgada em telegramas revelados pelo sítio "WikiLeaks".

Os subornos, atestam os documentos, estariam incomodando, na altura, o então presidente dos Estados Unidos Geore W. Bush (2001-2009) e outras autoridades norte-americanas, isto segundo a diplomacia daquele país.

O jornal italiano L'Espresso divulgou, a 12 de Agosto, alguns dossiês do departamento de relações internacionais dos Estados Unidos, cedidos pelo WikiLeaks, que solicitavam intervenções "ao máximo nível do governo [do primeiro-ministro Silvio] Berlusconi para acabar com os subornos".


De acordo com o documento, Bush chegou a pedir, pessoalmente, ao primeiro-ministro italiano que interrompesse os pagamentos às "milícias fundamentalistas".

O documento mais antigo sobre o caso é de Abril de 2008.


Estávamos nas vésperas das eleições nos Estados Unidos. No telegrama, o embaixador norte-americano em Roma, Ronald Spogli, promete que fará "pressões para que as tropas assumam uma atitude mais ativa contra os insurgentes", e que Berlusconi prometara um "forte recado" contra os subornos.

Em 6 de Junho do mesmo ano, Spogli escreveu para Washington afirmando que Berlusconi "assegurou não saber de nada" sobre os pagamentos.


Coitado estava a leste do sucedido. Ele um homem acima de qualquer suspeita...


Mas, prudente, refere o diplomata, Berlusconi sustentou, batendo no peito, que era contra tal tipo de acções, caso fossem "encontradas as provas" das subornos.

No entanto, meses depois, o embaixador assinalou, noutra mensagem telegráfica, que a prática continuava e opinou que a actividade militar dos homens de Berlusconi apresentava uma "crescente reputação negativa dos italianos", pois, valentões!!!!, "evitavam os combates, pagando resgates e dinheiro para obter proteção".

Porém, ele admitiu que parte a "má reputação" estava assente em "troca de dados" não escritos e outra parte em "informações dos serviços secretos que não fomos capazes de verificar completamente".

"Verdade ou não, os italianos perderam 12 soldados, menos, portanto, do que grande parte dos aliados com responsabilidades semelhantes", observou em tom de crítica o diplomata norte-americano. Actualmente, o número de militares da Itália mortos no Afeganistão desde o início da guerra no país, em 2004, é 41.

Fontes dos serviços secretos italianos confirmaram ao jornal L'Espresso a existência de pagamentos a líderes locais, frequentemente aliados dos talibãs, com os "fundos para estas 'operações'" geridas por um subordinado do general italiano Nicolò Pollari, ex-diretor do Serviço para Informações e a Segurança Militar (SISMI).


O assunto poderia ser localizado neste corpo de Exército. E os norte-americanos até têm razão. Mas a questão é que eles fazem exactamente o mesmo...para salvar a pele.


É um jornal norte-americano que o denuncia:


"O dinheiro de um contrato multimilionário de transporte entre os Estados Unidos e o Afeganistão, que teria como objetivo movimentar os negócios no país da Ásia Central foi transferido para membros do Talibã, revelou o jornal americano "Washington Post" neste domingo, citando uma investigação do Exército americano que ainda não foi divulgada ao público.


Segundo o jornal, pelo menos quatro das oito companhias contratadas pelos EUA por 2.16 mil milhões de dólares para transportar mantimentos para as unidades militares no Afeganistão estão ligadas ao crime e/ou ao movimento de guerrilheiros.


A investigação, dirigida também pelo Congresso e pela Agência dos Serviços Secretos externos americanos (CIA), começou há cerca de um ano, no entanto, apesar de os indícios de fraudes, Washington prolongou por mais seis meses o contrato com todas as oito companhias envolvidas (sublinhado nosso).

Ao contrário do Iraque, onde as empresas que trabalham na reconstrução do país são, em grande maioria americanas, no Afeganistão, tal compromisso, é assumido por companhias locais.


Durante o primeiro trimestre desde ano, por exemplo, 53% da verba de contratos no Afeganistão foram destinadas a empreendedores nativos.



Das oito empresas escolhidas para transportar mantimentos para militares americanos, seis são chefiadas por afegãos ou têm participação afegã e apenas duas são consideradas americanas.


A investigação, no entanto, não conseguiu identificar (ou não quis) quais são as quatro companhias que estão desviando dinheiro para os Talibãns.

De acordo com o relatório, os tais quatro "parceiros internos" estão envolvidos em lavagem de dinheiro, suborno e trafulhice político-ideológica.


Como muitas das companhias não têm capacidade de promover a segurança das estradas e nem camiõespara transportar os mantimentos, elas contratariam outros serviços de parceiros "encobertos", que estavam ligadas aos inssurectos, com conhecimento das autoridaes afegãs e norte-americanas.

Um responsável da Defesa norte-americana, no entanto, garantiu ao "Washington Post" que os contratos do sistema de transporte no Afeganistão vão ser totalmente revistos e remodelados assim que os actuais acordos expirem no próximo mês de Setembro.



O que trouxe de novo a intervenção "democrática" dos Estados Unidos e países vassalos ao Afeganistão?


Leia-se o relatório das Nações Unidas sobre o Tráfico de Droga (UNDOC) e meditem. Diz respeito ao ano de 201


"A pobreza e a violência são geralmente retratadas como os maiores desafios enfrentados pelo Afeganistão. Mas basta perguntar os próprios afegãos para obter uma resposta diferente: a corrupção é hoje a maior preocupação deles.


Um novo levantamento feito pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) revela que 59% dos afegãos consideram a desonestidade pública como uma preocupação maior do que a insegurança (54%) e do que o desemprego (52%).

O relatório Corrupção no Afeganistão: Casos de Suborno Relatados pelas Vítimas (em inglês) foi baseado em entrevistas realizadas com 7.600 pessoas em 12 capitais de províncias e em mais de 1.600 aldeias em todo o Afeganistão.


Ele aponta as experiências reais (e não apenas em percepções) de cidadãos que vivem em áreas urbanas e rurais, homens e mulheres, relatadas entre o último trimestre de 2008 e o último trimestre de 2009.

Em 2009, os afegãos tiveram de pagar cerca de US$ 2,5 mil milhões em subornos - o que equivale a 23% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, segundo o relatório.


Por coincidência, esse valor é semelhante ao total de receitas acumuladas pelo comércio de ópio no país em 2009 (estimados pelo UNODC em US$ 2,8 mil milhões).


"Drogas e subornos são os dois maiores geradores de renda no Afeganistão: juntos, eles correspondem a cerca de metade do PIB lícito do país", disse o Diretor-Executivo do UNODC, o italiano Antonio Maria Costa, no lançamento do relatório em Londres.

O relatório mostra que a corrupção faz parte da vida cotidiana no Afeganistão. Durante o período da pesquisa, um a cada dois afegãos teve de pagar pelo menos um suborno a um funcionário público. Em mais de metade dos casos (56%), o pedido de pagamento foi um pedido explícito por parte do prestador do serviço público.


Em três quartos dos casos, o suborno foi paga em dinheiro. O valor médio do suborno foi de US$ 160, num país onde o PIB per capita é de apenas US$ 425 por ano.

Segundo o relatório, as pessoas encarregadas de fazer cumprir a lei são vistas como as mais culpadas na sua violação.


Cerca de 25% dos afegãos tiveram de pagar pelo menos um suborno aos policias e autoridades locais durante o período do inquérito.


Entre 10% e 20% subornaram juízes, delegados do Ministério Público ou membros do governo.


A comunidade internacional não escapou às críticas: 54% dos afegãos acreditam que as organizações internacionais e ONGs "são corruptas e estão no país apenas para enriquecer".


A falta de confiança na capacidade das instituições públicas de fornecer bens e serviços públicos tem feito com que os afegãos a procurem fornecedores alternativos de segurança e bem-estar, inclusive recorrendo a organizações paralelas e criminosas.



"A corrupção é o maior entrave à melhoria da segurança, do desenvolvimento e da governança no Afeganistão", disse o chefe do UNODC. "E também permite outras formas de crime, como tráfico de drogas e terrorismo", alertou.

As notícias recentes revelam que a corrupção está na Presidência da República do Afeganistão e nos Altos Comandos militares da NATO, com especial revelância para a Secretaria de Defesa dos Estados Unidos da América.



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