terça-feira, 24 de maio de 2011

PORTUGAL/ELEÇÕES: QUE PODER?

São milhares pela Europa, querem mudanças, mas onde estão os programas?




1 - De repente, a nossa responsável democracia portuguesa ficou em pulgas e desatou a efectuar sondagens diárias sobre as próximas eleições legislativas de 5 de Junho.

Gastar tanto dinheiro por umas meras sondagens? É uma questão que nos deve colocar de pé atrás. Tem de haver algo em jogo. Porque essas respeitáveis empresas de sondagens não brincam em serviço. Querem dinheiro. Quem lhos dá? Os nossos azougados capitalistas que dominam os grandes meios de comunicação social.

Ora, aqui está o busilis da questão. O que as primeiras sondagens sustentavam era que os principais partidos que se prontificaram a cumprir o acordo do FMI/BCE não conseguiam captar mais votos, nem havia uma diferença apreciável entre os diversos apositores da assinatura do acordo: PS e PSD. Ainda por cima, afirmando que não fariam governo um com o outro.

Então, o que é necessário fazer: propaganda diária sob a forma de sondagem, para "distrair" a populaça, levando-a a admitir que é possivel uma diferenciação.

Neste matraquear de sondagens, os partidos do roubo do FMI/BCE são considerados como os prováveis representantes do futuro governo que cumpra as regras vindas do capitalismo financeiro judeu de Nova Iorque. Os outros são apresentados como residuais.

Isto vai ser divulgado, permanentemente, até ao dia das eleições.

O povo votante ficará comprometido com este estado de coisas. Se for atrás desta campanha. Ele também será responsabilizado.

2 - O que atrás foi dito é uma coisa. Ainda por cima evidente. Os grandes meios de comunicação social estão a fazer o jogo do poder dominante. Os jornalistas também serão responsabilizados.

A outra questão.

Porque não se manifesta uma viragem no possível eleitor para a esquerda. Eu não gosto do termo, porque não é correcto. Há partidos que preconizam um regime, outros outros.

Actualmente, deve chegar-se ao busilis da questão: Que partidos defendem uma ruptura com o actual regime político instalado? Eu penso que nenhum.

É por isso que é difícil perceber o que preconizam o PS, PCP e Bloco de Esquerda nesse sentido.


Que diferencia estes três partidos face ao "Estado" actual? Absolutamente nada. Defender mais ou menos democracia, é apenas um acto de retórica. É enganar os eleitores. Porque esta República democrática - mais ou menos - é, justamente, a forma de poder corrupto burguês que nos governa. Foi, sob a sua supremacia, que se montou a monstruosidade actual do seu Estado.

E não é um problema exclusivo de Portugal - é de toda a Europa, dos EUA, da China, da Rúsia e do Brasil.



O essencial no programa de um partido anticapitalista, face à crise que se avoluma, é divulgar um programa de ruptura com essa democracia formal.

Naturalmente, não temos ideias que nos indiquem desde já - e embaladas perfeitamente - quais serão as funções novas dessa ruptura.


Terá de ser realizado quando o poder pender para o lado do anticapitalismo. Mas devemos anunciar, todavia, desde já, e sem rodeios, que queremos uma transformação revolucionária, anticapitalista, da sociedade. Não só portuguesa, mas também europeia, que é o espaço político onde estamos inseridos.

Ora, esta é, para mim, o essencial de facto no debate de ideias sobre ao programa do FMI/BCE. E é essa falta, que não produz uma diferenciação entre os partidos que se colocam à esquerda do PS.

Um anticapitalista não se revê na actual forma de regime parlamentar. Quer um programa que dê uma concepção a essa ruptura societária.

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