quinta-feira, 5 de maio de 2011

PORTUGAL/ACORDO COM FMI: A CONFISSÃO, AGORA GOVERNARÃO OS BANQUEIROS




























Eles estão a governar e a negociar em nome dos banqueiros





1 - Aqui está o segredo de polichinelo da chamada ajuda do FMI a Portugal.

Eis a confissão do ladrão na hora da explicação. De uma franqueza atroz.

Poul Thomsen, o chefe do grupo do FMI, que esteve a negociar com o Governo e os partidos cúmplices, o PSD e CDS/PP, foi claro. Retira-se das declarações a dois jornais do sistema - o Expresso e o Económico. Cita-se:

"
O FMI participará com um terço do pacote global de 78 mil milhões de euros, sendo o restante da responsabilidade da União Europeia. Cerca de dois terços do bolo serão canalizados para Portugal nos primeiros doze meses do programa, ou seja, até junho de 2012.

O facto de o financiamento estar concentrado já nos próximos 12 meses tem a ver com as verbas destinadas a apoiar o sector financeiro (garantias e recapitalização) e com a amortização de dívidas do sector público aos bancos
".

Com esta declaração, cristalina, sem qualquer floreado, pudemos ver que dominou, ao longo de todo este tempo, os governos portugueses neste últimos 25 anos: os magnatas financeiros. Os políticos da estirpe de Mário Soares, Mota Pinto, Sá Carneiro, Cavaco Silva, António Guterres ou José Sócratres eram os representantes políticos directos do capital financeiro que governou e continua a governar o país.

Aqueles encimavam os governos, mas quem ditava realmente o poder real era (e é) a oligarquia financeira que nos suga os nossos tostões e interesses. Os homens que ocupavam ministérios provinham ou eram indicados por aqueles detentores do Capital.

Não fica pois qualquer dúvida de que o aumento da dívida pública apenas interessou e interessa a esses magnatas financeiros especuladores. Eles "obrigaram" o Estado - os seus representantes nele - a transformarem a dívida privada em dívida pública. Forçaram a negociação e agora querem colher o resgaste.

Repare-se no apetite insasiável de quem já quer abocanhar ainda mais os resultados do empréstimo agora acordado.

Vejamos alguns extractos da entrevista que o homem forte das negociações bancárias, ele próprio banqueiro (foi Presidente da Caixa Geral de Depósitos, entre outros tachos) e antigo Presidente da Associação Portuguesa de Bancos ao jornal Público: "se o Estado quer apoiar a actividade exportadora, isso só faz através dos bancos. Assim, devia haver uma política de recompra da divida pública *para libertar o potencial de concessão de crédito às actividades produtivas*.

Ou seja, o Estado deve agora, além de refinanciar os bancos, "recomprar" a dívida pública que era a dívida privada daqueles. Temos, pois, que o Estado deve continuar a servir a política de especulação dos desclassificados banqueiros portugueses...



E, os seus lucros continuarão a aumentar à custa dos impostos, dos cortes salariais, dos cortes nas prestações sociais dos assalariados portugueses!!!

2 - Outra confissão que nos faz arrepiar os cabelos. O governo do PS e os cúmplices que assinaram o acordo, PSD e CDS/PP, fizeram-no sem estabelecer, precisamente, os juros.

Segundo o homem do FMI, Poul Thomsen, - versão do Económico - a taxa de juro que será cobrada vai variar consoante as condições de mercado.

Incrível, mas é verdade, eles os banqueiros internacionais (eles é que são o mercado) é que imporão essa taxa.


Mas, para amenizar, admitiram que podem ser tomados os valores de "3,25% nos empréstimos com maturidades entre três e quatro anos e de 4,25% para os empréstimos com maturidades mais longas".


Ou seja, será à tripa forra, o que pressupõe que dentro de pouco tempo possa estar em causa um novo empréstimo.



3 - Poderá haver desenvolvimento produtivo nacional com esta submissão, sem condições, à especulação financeira mais desclassificada?


A burguesia industrial portuguesa, que poderia, em certas condições, impulsionar algum incremento produtivo está completamente dependente do Capital financeiro.


Além do mais é uma burguesia incompetente e praticamente subdesenvolvida, e é, acima de tudo, a mais rasteira e conservadora de, praticamente, toda a União Europeia.


Nem tungiu, nem mugiu contra este acordo que a vai amordaçar ainda mais. Somente espera colher algumas migalhas dos restos que os especuladores vão deixar filtrar.

Só resta esperar pelas classes laboriosas, que sentido o espezinhamento e perante o aprofundamento da crise, possam dar alento a um conteúdo revolucionário de ruptura com este estado de coisas. É tempo de apanhar os bois pelos cornos.






















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