segunda-feira, 25 de abril de 2011

O ACTUAL REINO MUNDIAL DOS BANQUEIROS SOMENTE PRODUZ POBREZA

























1 - Quando o furação da crise financeira de 2008 parece ter passado nos finais de 2009, verificamos que, no espaço geo-estratégico mundial, apenas se estavam a movimentar os mesmos vigaristas que estiveram na origem dessa crise.

Esperava-se uma limpeza geral entre os petulantes financeiros de Wall Street, e os seus compichas europeus e orientais, como japoneses e chineses, que colocaram, praticamente, na bancarrota toda a economia mundial.

Mas, nada disto aconteceu. Em nome da "estabilidade financeira" do mundo capitalista, os seus representantes políticos nos diferentes governos, desde Washington até Bruxelas, prontificaram-se a refinanciar os autores do crime, em nome da...democracia e da liberdade, mas à custa dos dinheiro dos contribuintes assalariados.

Deu-se, de repente, um empobrecimento geral dos assalariados, ao mesmo tempo que os bancos centrais emprestavam somas enormes a juros insignificantes ao sistema banqueiro privado, que cobrava depois a juros incorpotáveis a quem necessitava, transformando, ao mesmo tempo a dívida privada em dívida pública. Sem pejo de qualquer vergonha, solicitavam então novas medidas restritivas sobre as classes trabalhadoras para pagamento da divída que...era dos próprios bancos.




À medida que se conhecia a extensão desta imensa fraude e descarado roubo do Estado, fomentando um novo enriquecimento mais rápido dessa burguesia finaneceira especulativa, verificávamos que eram as figuras deploráveis que governavam os principais países do mundo ocidental - e contribuiram para a crise - que continuavam a exigir sacríficios, justificando, agora, sem qualquer veleidade de encobrimento que a questão central era o pagamento das especulações financeiras dessa gente.





2 - E os banqueiros perderam então completamente "a sua discrição" e, arrogantemente, vieram para a praça pública, com o apoio descarado dos grandes meios de comunicação social, dizer que eles eram os senhores todos poderosos da governação, e, chantageando, com o apoio de todos os agiotas que se tem servido do poder, desde 0 25 de Novembro de 1975, não iriam financiar mais o Estado, se este não recorresse a mais empréstimos externos. Ora, como informação a divida externa da banca portuguesa aproximou-se este anos dos mais 700 por cento...isto 700 cento. Ou seja, é a banca e o sistema financeiro-empresarial é que está com a corda ao pescoço!!! E quer lançá-la cada vez mais para os de baixos.

O caso em apreço é, pois, Portugal.






Todavia, o que verifica em todo o Mundo, incluindo os Estados Unidos, e mais à frente se falará nisso, é que esta chantagem atravessa os dois lados do Atlântico, numa guerra financeira sem tréguas, cujo objectivo principal da especulação centrada em Wall Street (e em particular no capitalismo judaico internacional sedeado na América do Norte) é atingir e refrear no mínimo o crescimento político e económico da União Europeia.

O chamado mundo ocidental em primeiro lugar - mas todos os países chamados emergentes, em rápido desenvolvimento capitalista, como a China, a Índia e o Brasil - transformou-se, nos últimos 30 anos, numa enorme empresa societária accionista para sacar as riquezas dos povos, e cujos lucros se repartem essencialmente por um cáfila de desclassificados e vis grandes financeiros, que escondem o dinheiro em off-shores e sociedades anónimas sedeadas em paraísos fiscais.








A cabeça desta serpente localiza-se, precisamente, em Nova Iorque e concretamente em Wall Street.





3 - A desfaçatez actual do magnatas financeiros está assente no rescaldo das derrotas dos levantamentos revolucionários da década de 60 (Cuba 1960, Maio de 1968 em França, revoltas estudantis nos EUA em 1969, entre outros) do século XX e da deterioração das revoluções vitoriosas dos movimentos nacionalistas anti-colonialistas de toda a primeira metade da década de 70 do mesmo século (antigas colónias portuguesas, Vietname, Laos e Cambodja), cuja face mais mediática na Europa foi o golpe de Estado português de 1974, transformado numa semi-revolução, jugulada, em nome do liberalismo económico, em Novembro de 1975.





O progresso civilizacional que se pensava ter efectuado nesses períodos em todo o mundo, onde se consolidaram avanços sociais, em particular na Europa, como os serviços sociais de saúde universais, educação e cultura, contratação colectiva de trabalho, com melhorias, controlos bancários e inclusive nacionalizações dos mesmos não levou a um incremento revolucionário.






Pelo contrário, esses levantamentos e movimentos revolucionários, sem programas de ruptura com o sistema dominante de capitalismo liberal instituido e sem edificarem formas novas de organização política, que se separassem dos modelos de capitalismo de Estado, desacreditados, mas ainda institucionalizados nos antigos países do Leste europeu e China, definharam rapidamente, muitos entraram em processos contra-revolucionários e deram azo a que a grande burguesia capitalista financeira alastrasse o seu poder a praticamente todo o mundo.






Sem alternativa, sustentada num certo incremento produtivo que se regista na década de 80, a grande burguesia financeira começou a avassalar os poderes de Estado, primeiro nos Estados Unidos da América, e depois na Europa ocidental, coincidindo com uma criação com sucesso de uma União Europeia, e pela primeira vez na sua História, sem guerras e numa certa harmonia económica.





Com a desagregação do capitalismo de Estado da antiga União Soviética, a arrogância desse capital financeiro - essencialmente organizado nos EUA - atingiu uma patamar nunca visto. Ela ditava a orientação política, ameaçava sem despudor e, através do poderio militar, tentava dominar, sem qualquer concorrência, os espaços geo-estratégicos, as matérias primas, o próprio poder soberano dos Estados, através de imposições unilaterais nas organizações internacionais, como a ONU.






Procurou - e procura - mesmo proclamar uma nova ordem única política capitalista internacional: Os poderes políticos teriam de se sujeitar ao "miraculoso" sistema do enriquecimento sem freios através da especulação, transferindo os sistemas produtivos de cada país para os chamados países de "baixo preço", centrando grande parte dos sectores produtivos nacionais dos países mais desenvolvidos em enormes complexos industriais-financeiros militares, virados para impôr, pela força, a vontade do poder dos banqueiros.





Mas, tal como a transferência dos sectores produtivos veio, a prazo, transformar-se em retrocesso na evolução económica interna desses países, a voragem do militarismo obrigou a despesas inauditas que exauriram os próprios tesouros nacionais.Ora, a riqueza de um país mede-se, em grande medida, pelo potencial da sua própria produção económica.






Este "reinado" de cerca de 30 anos da grande burguesia capitalista especulativa, o mais desclassificada e rapace possível, trouxe a privação financeira dos próprios Estados.





Estamos perante uma crise de tais proporções, porque não é apenas de uma crise conjunta de um pequeno número de países, mas essencialmente das principais potências económicas mundiais. Esta crise atinge, portanto, os países mais desenvolvidos, mas também aqueles onde se geraram, em várias fases da evolução mundial, os principais movimentos revolucionários que produziram as grandes mudanças e as grandes rupturas civilizacionais.

Poderá ser um rastilho para novos incrementos de alavancas revolucionárias, pode ser um primeiro passo para uma nova fase revolucionária, cujas consequências, a surgirem, não sabemos as proporções.






Mas tal, a irromper, pode não conduzir a uma nova ruptura no actual sistema político. Têm de existir condições subjectivas de teoria e programas que clarifiquem as relações sociais actuais, que sirvam para amadurecer as aspirações de mudanças que surgem em toda a parte. Em particular, é necessário, na Europa, uma interligação de interesses programáticos em todos aqueles que lutam por uma nova sociedade.





4 - A crise do sistema especulativo financeiro dos Estados Unidos de 2008, que levou por arrasto praticamente todo o sistema mundial, não amainou, contudo. Parece vir a ter, possivelmente, nos finais deste ano uma amplitude não imaginável. A dívida pública norte-americana atingiu este anos os 13,5 biliões de dólares e está a crescer a um ritmo aproximado de cerca de 4 mil milhões por dia.

Esperemos para ver o que se vai passar no próximo Outono com a política orçamental dos Estados Unidos. A grande potência mundial está em grande austeridade, e isto apesar de se pensar que não aconteceria. O Banco central - A Reserva Federal, o antro da oligarcia financeira dos EUA - não pode continuar a fazer dólares à tripa forra. Vai ter de apresentar contas no próximo Orçamento federal face aos muitos biliões de dólares que foram colocados a circular, sem qualquer cobertura. Agora, terão de ser pagos. Naturalmente, irão surgir novas medidas de austeridade.










Até porque os credores internacionais apertam, em especial a China e o Japão.






Em Fevereiro passado, o primeiro-ministro chinês afirmava:
“Temos feito uma quantidade enorme de empréstimos aos Estados Unidos e, obviamente, nos preocupamos com a proteção dos nossos activos. Sinceramente, estou um pouco apreensivo”.






Nesse Fevereiro, a China estava na posse de títulos norte-americanos avaliados em 744 mil milhões de dólares. Desde então aquele país tem-se desembaraçado de uma parte substancial desses títulos. Parece que o comprador-mor tem sido o Banco Central norte-americano.






O Japão também é um grande credor dos Estados Unidos. A situação interna daquele país irá no mesmo sentido da China, pois necessita de dinheiro para a reconstrução do Estado, afectado pelo sismo.






Os títulos do Tesouro norte-americano estão espalhados entre os activos de outros países que vão seguir o mesmo caminho. Até porque o dólar começa a ser, cada vez mais, uma moeda não fiável nas transacções internacionais.




As dívidas públicas europeias são preocupantes, mas os dirigentes da zona Euro começaram agora a verificar a extensão da especulação que contra eles foi realizada. E a implosão na UE seria uma implosão nos principais países do mesmo. Daí a preocupação que foi manifestada para defender o euro. Com avanços e recuos, de maneira atabalhoada, o certo é que estão a ser definidas algumas medidas. Não se sabe a sua extensão, mas está a atrapalhar o ataque vindo de Wall Street.




Até porque, o principal aliado de Washington na Europa, o Reino Unido é mais preocupante, do ponto de vista financeiro e económico, que as economias europeias do sul da Europa. Um "estouro" em Londres, que é prevísivel irá expor ainda mais as mazelas de Washington.




Os próximos meses vão ser muitos sombrios para os Estados Unidos, e é sobre este facto que se deve estar muito atento.













































































































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