quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

COMO DESEJA RUI TAVARES QUE SE FAÇA CLARIFICAÇÃO POLÍTICA?

Rui Tavares quer que a mudança cai do céu?




1 - “Nada muda se a moção perder. O governo fica no lugar, e é provável que dure até mais tempo. Se a moção ganhar, tudo muda – para pior, com um governo ainda mais à direita".

Esta afirmação do deputado do Bloco de Esquerda Rui Tavares é, no momento actual, o caso acabado do que representa no seio do movimento revolucionário a visão política do calculismo reformista.

Se Rui Tavares criticasse a timidez política da argumentação que sustenta, at
é agora, a apresentação do moção do Bloco de Esquerda que não diz, frontalmente, que a mudança política somente é real com uma política claramente anticapistalista, eu, aí, estaria com ele.

Agora, quando, pela primeira vez, no Parlamento português, se apresenta uma moção para clarificar posições políticas face à orientação claramente pró-capitalista do PS, fiel representante do poder do capital financeiro especulativo, em estreita aliança com o PSD e CDS, e, que com tal mensagem, que é de propaganda, certamente, mas obriga todas as forças a definir-se sobre o modelo económico do regime, um deputado do partido proponente que critica tal posição, tenho de o dizer não está no lugar certo.

Além do mais, Rui Tavares, que até é deputado europeu, deveria procurar levar tal clarificação ao Parlamento Europeu, precisamente, para obrigar à definição de políticas sobre os modelos de economia política que se estão a impor na União Europeia, naturalmente a partir de Bruxelas.

2 - Claro que se o Bloco de Esquerda se remeter apenas a propagandear uma clarificação política no estreito limite da arena parlamentar, o seu efeito político será, realmente, nulo. Poderá mesmo sustentar-se que será uma derrota para o movimento de massas subterrâneo que está a emergir entre os assalariados.


A batalha da clarificação entre politica capitalista e anticapitalista não pode ficar pelo arenga da Assembleia da República, tem de alastrar para todas as arenas onde se movimenta a luta de classes.


Não se pode renunciar a um direito que as classes trabalhadoras ganharam ao longo de centenas de anos que é o direito à subversão. E a moção também deve colocar este ponto de vista.

Rui Tavares, como político, e não como adivinho, não pode sustentar que "se a moção ganhar, tudo muda – para pior, com um governo ainda mais à direita".
Pois, se a moção ganhar, com o seu pendor anti-capiatslia, certamente, que tudo muda.


O seu discurso é o do político cobarde, que está, por detrás da arena, a fazer contas de cabeça, antes de entrar na liça da batalha eleitoral pela mudança política.


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