terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

BANQUEIROS: PODERÁ A RUA FAZER-LHE FRENTE?





Desde que o governo de Sócrates se consolidou no poder, os banqueiros e os patrões dos negócios especulativos "perderam a vergonha" e começaram a ditar, directamente, para os grande público as suas ordens e orientações.




Deixaram de ser as "enguias" habituais das recomendações inócuas, e soltaram a língua: "nós é que mandamos no país, os partidos do poder fazem de contam que governam".

"A quebra de 0,3% no PIB nacional é o resultado das medidas de austeridade, para controlo do Estado. Daí retirar a conclusão de que vamos ter uma grande recessão... é preciso ter cuidado", avisou, há dias, Ricardo Salgado, o lídeo BES, em Madrid, aconselhando o aprendiz de banqueiro, Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, a ter contenção - frisara anteriormente que "estamos em recessão" - no que afirma porque o governo actual de José Sócrates é o executivo da preferência capitalista momentânea.


Se senhores como Alexandre Soares dos Santos e Belmiro de Azevedo, que sacam dinheiro dos portugueses através da especulação da alimentação, com lucros fabulosos, que eles não têm pejo em anunciar aos quatro ventos, como vantagens da sua roubalheira, à custa de salários baixíssimos e de compra de produtos baratos nos países em desenvolvimento que depois vendem a preços mais altos em Portugal, se atiram a Sócrates, eles fazem-no, porque quem domina o aparelho de Estado, desde os bancos aos branqueamentos de capitais, à circulação monetária provinda do tráfico de droga, entre outras, são os detentores directos e arrogantes do capital financeiro especulativo.


Através deste, são eles que ditam as leis, impondo o controlo dos seus lucros praticamente sem impostos, orientam as principais vantagens económicas dos grandes concursos públicos, enquadram, inclusive, os grandes clubes de futebol português.


São os grandes banqueiros, aliás, os grandes beneficiários em riqueza das especulações em torno da dívida pública.


São eles que recebem empréstimos públicos de Estado - via União Europeia, por exemplo - a juros irrisórios para os emprestarem depois aos clientes, a maioria do povo na realidade, a cinco e seis por cento. Cada novel ração de dinheiro que vem do banco central para os bancos privados nacionais significa um novo roubo institucionalizado das classes laboriosas, que para sustentarem uma eventual diminuição dessa dívida pública, se veem esbugalhados nos salários e nos impostos directos e indirectos.


Ora, esta rapinagem do dinheiro do Estado é, pois, do interesse desse capital especulativo, que pretende mais gastos públicos para imporem mais rácios de lucro nos próximos tempos.

Enquanto não se inverter este estado de coisas, não haverá possibilidade de fazer calar essas aves de rapina do Capital que começaram a cantar, cada vez de mais grosso, incluindo a solicitação de mais medidas repressivas para evitar explosões populares.


Se as ruas começarem a gritar "deitemos abaixo estes ladrões encartados" e "cortem a crista a estes emplumados que apenas gesticulam, mas são cobardes", então algo de importante poderá vir a surgir na actividade política nacional.



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