segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

WIKILEAKS/EUA: A MENTALIDADE DE ASSASSINOS PSICOPATAS

1 - A divulgação, ainda que filtrada e controlada das mensagens do circuito diplomático do Departamento de Estado norte-americano pelo site Wikileaks, veio mostrar, pelas reacções, como a estrutura de poder (económico, político e militar) nos Estados Unidos - e em todos os modelos de regimes congéneres mundiais - se interliga, interage e actua em sintonia.


As tretas e balelas da grande democracia norte-americana não passam exactamente disso: são balelas.


O poder de Estado norte-americano é capitalista, com um estatuto imperial, que ele pensa ser intocável e, sendo assim, como qualquer vulgar império, arroga-se no direito de pôr em marcha uma máquina opressora para trucidar todos os que lhe opõe.


Isto é fascismo - o fascismo não é apenas o poder despótico unipartidário, é o poder despótico estatal, mesmo reinando numa democracia pluripartidária , que gira entre dois partidos que são duas faces da mesma moeda, - substituem-se rotineiramente - como representantes directos do capital financeiro dominante.


Curiosamente, ainda que as mensagens fossem apenas diplomáticas, logo do foro político, as medidas mais opressoras e ferozmente drásticas vieram do poder económico.



Primeiro, a empresa Amazon se recusou a hospedar o site nos seus servidores. Depois os financiamento do WikiLeaks afectados pelo encerramento da sua conta no PayPal , e posteriormente, a interrupção do contrato pelas operadoras bancárias de cartão de crédito Visa e Mastercard. Seguidamente, alguns bancos suíços e agora do próprio Bank of América.


Agora, o poder político norte-americano procura utilizar a sua justiça para cercear a liberdade de informação. Estudam argumentos, cozinham leis, debaixo da vaga artimanha dos ditadores que esgrimam com "o interesse nacional" e a "segurança de Estado" para legitimar crimes contra povos, nacões e pessoas.


A secratária de Estado da Administração Obama,Hillary Clinton, vocifera e faz propaganda de que a divulgação lesa os "interesses da política internacional norte-americana, enquanto o Senado congemina uma lei para castrar a imprensa, de modo a cercear sites como o WikiLeaks .


Um senador judeu, cão de fila dos interesses financeiros judaico-norte-americanos, chamado Joe
Joe Lieberman, tem sido dos mais agressivos nos ataques ao Wikileaks, sustentando que o Estado deve processar Assange, o porta-voz do site, por espionagem e chegou a acusá-lo do crime de “traição” – algo descabido já que o editor do WikiLeaks é australiano.


Mas não são apenas os políticos a actuar. Existe uma convergência com os propagadistas encavalitados na imprensa ligada ao caoital financeiro, como é o caso da FOX News.


Vejamos. Bob Beckel, comentador da Fox News, não se coibiu de dizer em directo o que pensa ser a solução para acabar "com os problemas" que Julian Assange tem causado aos EUA e incentiva que as Forças Especiais matem ilegalmente o australiano.


«A maneira de lidar com isto nos EUA é muito simples. Temos Forças Especiais. Um homem morto não pode revelar fugas de informação. Este homem é um traidor e quebrou todas as leis dos EUA. Eu não sou a favor da pena de morte, por isso a única forma de o fazer é matar ilegalmente o filho da mãe», sublinhou.


Os EUA procuram utilizar ainda a sua influência imperial, em particular a vassalagem dos poderes instituidos nas democracias ocidentais para limitar a própria liberdade pessoal desse porta-voz.


Neste caso, foi a Suécia que se prontificou ao "jogo sujo", debaixo de um processo judicial.


Acusam Assange de ter violado duas suecas. As "investigações" até já foram tornadas públicas pelas próprias autoridades judicias suecas.


Pelo que a imprensa relata parece uma estória da carochinha.


Assange encontrou-se com duas suecas, em dias distintos, que o levaram para as suas casas, onde mantiveram relações sexuais.


Do que se retira dos despachos, o relacionamento com as suecas realmente começou de forma "amigável". Mas, ter-se-ia tornado violento quando elas se negaram a fazer sexo sem preservativo.


O documento, extenso e repleto de interrogatórios, é uma tentativa de restringir a defesa de Assange, que esteve preso e foi posto em liberdade condicional, com avultada fiança. O australiano alega que tudo não passa de uma artimanha de última hora teleguiada pelos EUA.


Também se retira das informações da imprensa, que as suecas, depois dos encontros sexuais, onde teriam sido violadas, continuaram "numa boa" com o australiano.


Só decidiram fazer queixa a polícia após uma delas ter sabido que a outra, que era sua conhecida, estivera na cama com Assange.


Nos autos, elas são identificadas apenas como "A" e "W". "A" tem 30 anos e é apresentada como uma activista da esquerda na Suécia. "W", 25, trabalhou no Museu de Estocolmo e é apresentada, no relatório judicial, como "grande apoiante" do WikiLeaks.


São vários os órgãos de informação que relacionam a mesma velha, de origem cubana, como tendo ligações à CIA e aos grupos anti-castristas da Florida.

2 - Ao entregar as mensagems aos grandes jornais ligados ao capital financeiro, de diferentes países, o Wikileaks fez uma jogada que ainda não se sabe toda a dimensão. Esses jornais "estruturaram" parte da sua divulgação com a própria Secretaria de Estado norte-americana. Sujeitaram-se, portanto, a uma espécie de censura. Em princípio, é pouco ético o que essa imprensa praticou.

Espera-se os resultados finais, pois há muitos "espaços de sombra" nesta manobra.

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