segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A QUEM SERVE O TERROR CONSTANTE?








Quem está, realmente, a fomentar o terror?


































Uma operação antiterrorista levou à detenção de nove homens em várias cidades do Reino Unido.

As autoridades britânica indiciaram os nove homens sob a acusação de conspiração para preparar ataques terroristas, na sequência de uma série de raides das autoridades levados cabo na semana passada em Inglaterra e no País de Gales.

Os indiciados, com idades entre 19 e 28 anos, foram detidos no dia 20 de Dezembro e deverão depor esta segunda-feira. As explosões que estavam alegadamente a ser preparadas pelos suspeitos, seriam «de natureza a pôr em perigo a vida de muitas pessoas e destinavam-se também a causar graves danos materiais entre 01 de Outubro e 20 de Dezembro deste ano», precisaram as autoridades.

Esta notícia - veiculada pela agências internacionais e aceite acefalamente pelos órgãos de informação portuguesas - ou está mal redigida, ou é um embuste, completo, das autoridades policiais do Reino Unido, ou, então, está muito mal contada pelas mesmas autoridades. E porquê?


Os acusados foram detidos no dia 20 de Dezembro e o que, eventualmente, estariam a conspirar iria - cito "pôr em perigo a vida de muitas pessoas e destinavam-se a causar danos materiais entre 01 de Outubro e 20 de Dezembro deste ano".


Ora, o acto terrorista que pretendiam praticar não se produziu, então qual a razão da sua detenção, se não deram "os danos materiais" previstos para 01 de Outubro até 20 de Dezembro? Não bate a bota, com a perdigota.

Aliás, os alertas sucessivos de actos terroristas que percorrem a Europa desde há anos não tem uma explicação convincente.


Do ponto de vista de efectivação dos actos, nem daqueles que já, eventualmente, tiveram lugar há muitos anos. Com suspeitos detidos e até...agora sem julgamento, a não ser o caso dos ataques ao metropolitano de Madrid, em especial a estação de Atocha, em que houve julgamentos, mas os cabecilhas - estranhamente - foram ilibidados. Voltaremos ao caso.


Centremo-nos no chamado ataque terrorista ao metropolitano de Londres a 7 de Junho de 2005.

Houve mais de 50 mortos. O caos na circulação em pleno centro da capital londrina.
Foi morto, desarmado, é à queima-roupa, um cidadão brasileiro às mãos da polícia anti-terrorista britânica, vindo depois a provar-se que o mesmo nada tinha a ver com o assunto. E a polícia metropolitana a descartar-se do acto que praticou.


Houve, no entanto, eventuais suspeitos detidos. Foram realizadas numerosas operações policiais entre as comunidades migrantes do Médio-Oriente e Extremo-Oriente.


O comandante da Polícia Metropolitana de Londres afirmou então que se estava perante "um grande ataque terrorista", mas até hoje ainda nem um só julgamento se efectuou.

Em 11 de Março de 2004, explodiram 10 bombas, aparentemente colocadas em mochilas que explodiram estações de Atocha, El Pozo e Santa Eugénia, no Metro madrileno. Cerca de 220.000 passageiros utilizavam diariamente essas linhas ferroviárias. Registaram-se cerca de 200 mortos e muitas mais dezenas de feridos, além dos estragos materiais.


Foram indiciados vários homens de origem magrebina ou do Próximo-Oriente.

Em Outubro de 2007, foi conhecida a sentença do julgamento desses atentados. Vinte e um dos 28 réus foram condenados a cumprir pena, mas sete foram absolvidos.


Em Julho de 2008, o Supremo Tribunal espanhol analisou um total de 31 recursos da sentença, apresentados pelo Ministério Público, por associações de vítimas e pela maioria dos condenados.


Acabou por absolver quatro dos 21 condenados por responsabilidade nos atentados de 11 de Março.

O alegado cérebro dos atentados terrorista, Rabei Osman el-Sayed, conhecido como 'Mohammed, o Egípcio', foi absolvido.


'Hanssan, Al Haski' e 'Youssef Belhadj', alegados co-autores do atentado, também foram inocentados deste crime, tendo apenas sido condenados por participação em organização terrorista, da qual já se terão desvinculado, informou o tribunal.


Ou seja, estão detidos apenas os eventuais segundas linhas.


Desde os ataques, a 11 de Setembro de 2001, com dois aviões de passageiros às Torres Gêmeas, em Nova Iorque, e um outro obscuro ataque, também, com um avião que ninguém viu, ao Pentágono, em Washington e uma queda de uma outra aeronave civil, com mais de 100 pessoas na Pensilvânia, também envolta em mistério, foram detidos, primeiro em Guantánamo e depois em várias prisões "secretas" em várias partes do Mundo, sob a gestão norte-americana, 804 cidadãos, quase todos de origem árabe ou muçulmana, naturais dos EUA, ou de diferentes países, onde aquele Estado interveio unilateralmente.


Até hoje, apenas um jovem, na altura com 12 anos, foi julgado, mas não se conhece com exactidão a sua situação judicial. O julgamento foi à porta fechada e feito por um Tribunal Militar. Dos restantes, nenhum compareceu perante o sistema judiciário dos Estados Unidos. Alguns ainda se mantêem incomunicáveis, outros foram sujeitos a tortura.

O primeiro julgamento “por terrorismo” de um detido de Guantánamo num tribunal civil norte-americano, que se iniciou, este ano, continua, por seu turno adiado.

O tanzaniano Ahmed Ghailani devia começar a ser julgado em Outubro em Nova Iorque. Mas o juiz rejeitou a convocação da testemunha chave da acusação, considerando que a sua identidade foi revelada por Ghailani à CIA sob tortura.

O advogado de defesa, Peter Quijano, congratulou-se com a decisão: “A Constituição conquistou uma grande vitória. Aplaudimos o tribunal pela coragem e respeito pela lei”.

Ahmed Ghailani é acusado de ter participado nos atentados contra as embaixadas americanas no Quénia e na Tanzânia em 1998, onde morreram 224 pessoas. É também acusado de ter sido guarda-costas de Bin Laden.

Ghailani foi detido em 2004 no Paquistão. Ficou dois anos numa prisão secreta da CIA, antes de ser enviado para Guantánamo.

Todo este secretismo à volta dos chamados prisioneiros terroristas cheira a esturro. E o esturro tem sido tão intenso, adensando ainda mais quando se deu a 26 de Novembro de 2008, 10 atentados sincronizados na cidade indiana de Mumbai (Bombaím), que atingiram hoteis de luxo, instituições financeiras, uma estação ferroviária.

Pelo menos 195 pessoas, incluindo 22 estrangeiros, foram mortos, e cerca de 327 pessoas ficaram feridas.

Entre cinquenta e sessenta terroristas teriam participado dos ataques. Foi uma operação militar bem conduzida.

Surgiu uma organização até então desconhecida, que se identificou como os 'Mujahidin do Decão', que reivindicou a responsabilidade dos atentados, através de um e-mail enviado a diversas empresas jornalísticas.


Cerca de um ano depois, a polícia indiana declarou que o ataque tinha sido coordenado por um cidadão norte-americano de none David Coleman Headley, que a CIA Recusou extraditar para julgamento considerando-o como pessoa da sua estrutura.


Veio a saber-se que Headley trabalhava em estreita ligação com os serviços secretos paquistaneses e a polícia federal norte-amaericana FBI e a polícia secreta CIA estavam a par.



Os serviços secretos norte-americanos receberam pelo menos cinco alertas sobre contactos com extremistas paquistaneses mantidos pelo norte-americano, cujo papel foi chave nos violentos ataques de novembro de 2008 em Mumbai, informou na altura o jornal The Washington Post.



Prossegue o jornal: apesar das advertências, repetidas durante um período de cerca de sete anos, (sublinhado meu) as autoridades norte-americanas não chegaram a interrogar o americano em questão, David Coleman Headley, nem o colocaram numa lista para ser vigiado, acrescenta o jornal,q ue cita uma investigação em andamento.

David Headley declarou-se em março passado culpado de terrorismo perante um tribunal de Chicago por seu papel na preparação dos atentados de Mumbai em 2008 e de uma tentativa de atacar o jornal que publicou os desenhos humorísticos do profeta Maomé na Dinamarca. O assunto é de "Estado" para os norte-americanos.


A matéria foi investigada pelo Washington Post em colaboração com a ProPublica, um grupo independente de jornalismo investigativo, que este ano revelou que uma das esposas de Headley alertou o FBI, em agosto de 2005, que o seu marido havia recebido treinamento intensivo com o grupo extremista Lashkar-e-Taiba, com base no Paquistão.

Também alertou que seu marido era "militante ativo" do grupo suspeito dos atentados de Mumbai. A CIA estava a par e controlava a iniciativa.



Quem está a fomentar o terrorismo no Mundo e com que objectivo? Uma realidade está patente:

A militarização e o fascismo internacional estão em ascensão à custa da propaganda em torno do terror. Até porque a crise está aí e as agitações populares podem descambar em revoluções.




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