quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

CHEIRA A ESTURRO A CRIAÇÃO DE UM HOSPITAL ÚNICO MILITAR











Um hospital que está envolto na polémica, não na saúde, mas nos negócios.





De repente, saltou para a ribalta a questão da existência de um Hospital Militar único, de raiz, para as Forças Armadas.

Não percebi, até agora, a razão desta pressa.
Qual a necessidade de um hospital público ultra-moderno e ultra-sofisticado para as Forças Armadas, que tem uma utilização máxima que não ultrapassa o do mero estabelecimento hospitalar regional?

Inquiri. Verifiquei numa primeira abordagem, que os mais interessados neste Hospital eram os actuais responsáveis castrenses, precisamente, os Chefes dos Estados-Maiores das Forças Armadas e do Exército, que são generais daquele ramo.
E que o governo mantinha um interesse "especial" em fazer sair o da Força Aérea do Lumiar, por razões "económicas". Ou seja, apresentar factura de receita à custa de venda de instalações militares.
Os dois restantes, Exército (Estrela) e Marinha (Santa Clara) estão situados em edifícios históricos, logo pouco "rentáveis".


Informei-me sobre a quantidade de utentes nos diferentes estabelecimentos hospitalares castrenses.

O número total de possíveis utentes militares no país rondará os 100 mil, que estão dispersos e podem socorrer-se de um dos hospitais distritais mais próximos para os casos considerados "normais" e "mais em cima do acontecimento".

A região do Porto contará com cerca de 10 mil utentes e da de Lisboa 40 mil "no máximo".

Será que nos próximos 10/20 anos, os números de alistados e pessoal de carreira nas Forças Armadas irão crescer exponencialmente? Não, responderam-me.
Admitiram até que, face a toda a mudança de especialização e ultra-sofisticação tecnológica os valores de recrutamentos/voluntários possa a diminuir de "maneira significativa". E mais, dentro de 25 anos, a UE, se quiser vingar, terá de ter umas Forças Armadas únicas em estado adiantdo de formação.

De repente, pergunta atrás de pergunta, e começa a fazer-se luz.

O hospital, a ser construído custará aos cofres do Estado perto de 100 milhões de euros e o local onde está instalado o mais moderno, o da Força Aérea, o único que "dá rendimento" do governo está situado numa zona "nobre" para construção, com mais de 10 hectares de área, a "preços certamente muito convidativos para a especulação", nas palavras de uma alta patente castrense.

Na realidade, uma unidade militar de envergadura, para servir as Forças Armadas, poderá ficar adstrita, ou em conjugação com um hospital publicamente, relativamente bem apetrechado, sendo que os médicos militares até poderiam servir, em certa medida, a população civil, se houver organização, planeamento e boa-vontade.

A questão do HMU cheira a esturro e a negociatas pelo meio: em envolvimento político-castrense.

É melhor pedir, desde já responsabilidades.

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