domingo, 14 de novembro de 2010

EUA E A TORTURA: A BARBÁRIE NO SÉCULO XXI
















Toda a cadeia de comando dos EUA participou nas torturas no Médio-Oriente


















Há dias, um site de nome "WikiLeads" divulgou um conjunto de documentos internos do Pentágono, a sede do Ministério da Defesa dos Estados Unidos, que revelam que as Forças Armadas do Iraque, ocupantes do Iraque, realiza, sistemática e com autorização superiores, actos indiscriminados de tortura, assassinatos em massa.

Digo autorização superior, porque como fui combatente, sei por experiência própria, que nenhum soldado se atreve a torturar qualquer prisioneiro, se não tiver um assentimento formal, ou tácito, para o fazer. E, essas ordens, na maior parte dos casos, nunca é escrita, ou sequer gravada.

(Eu tenho na minha posse um documento da PIDE/DGS, com o rótulo de secreto, a sancionar um plano de assassinato do antigo líder do PAIGC Amilcar Cabral, preparado por uma delegação de uma das ex-colónias portuguesas, e enviado para o director-geral da antiga polícia política do regime de Oliveira Salazar, em que Silva Pais recomenda, pelo seu próprio punho: comuniquei, particularmente, ao chefe de da subdelegação que estes assuntos não podem ser objecto de correspondência oficial. Ou não se dizem ou não se fazem).
Até hoje, também, ninguém da Administração norte-americana desmentiu ou negou o que foi divulgado pelo site Wikileads. Apenas tentaram denegrir ou perseguir os seus promotores.

Mas, no caso das torturas e massacres no Médio-Oriente, elas não podem ser desmentidas, porque agora sabemos, pelas declarações do próprio Presidente dos Estados Unidos na altura da invasão, que elas foram autorizadas por ele próprio, o sinistro George W. Bush, que confessa o seu crime, em memórias badaladas, como se de um acção de coragem se tratasse.

"O método de interrogatório conhecido por waterboarding (sinulação de afogamento) salvou muitas vidas britânicas", justificou a vileza o principal chefe político do Estado que se considera campeão da democracia e dos direitos humanos.

E numa confissão ainda mais sinistra e criminosa, porque encerra toda a malvadeza da equipa dirigente de Washington - fazer tortura, mas encobri-la, e logicamente desmenti-la se fosse denunciada - não tem pejo em escrever: "o procedimento foi duro, mas os especialistas-médicos - vejam a que grau atinge a crueza de um regime, até os clínicos participaram - asseguraram à CIA que não deixariam danos permanentes".

Pois claro, se os golpes de tortura fossem evidentes, desfaziam-se do cadáver!!!...

O que os documentos vieram, portanto, a revelar é que a ordem de Washington foi, rigorosamente, cumprida no Iraque, depois no Afeganistão, e naturalmente, pelas numerosas "prisões-secretas" que os "países amigos" deixaram instalar um pouco por todo o Mundo, incluindo os do eixo do Maio, como ...a Síria.

Apesar desta confissão, as boas consciências ocidentais fizeram "vários lamentos" de circunstância e permitem que este criminoso civil e de guerra continue a viver tranquilamente e seja tratado como um herói. E acrescento: não é só a "cereja no topo", e toda a vilanagem que enxameia o poder político e militar nos Estados Unidos.

Perante a enormidade deste crime, não se vêem os Garzons do Ocidente a emitirem, de imediato, mandatos de captura internacional contra estes Hitlers do século XXI!
Só hipocrisia dos direitos humanos, quando em causa estão "não ocidentais". A democracia ocidental pode efectuar as maiores barbaridades que fica impune.

Naturalmente, os povos não esquecem. Presentemente, são os povos do Médio-Oriente, mas a memória regista o que se passou ao longo de décadas na América Latina, em África e na Ásia. E, aqui, a História não deixará de fazer avivar tais factos.


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