terça-feira, 10 de agosto de 2010

AS REFORMAS DE MISÉRIA DOS HOMENS DO REGIME...








Os reformados dourados do regime

A notícia é recente, pois foi divulgada hoje: existem, desde Setembro do ano passado, 72 reformas, a serem recebidas por altos quadros do Estado, todas elas com valores superiores a cinco mil euros.

Segundo a imprensa, esse valor corresponde ao limite que resulta da aplicação da nova lei de Segurança Social para a fixação das reformas dos trabalhadores do sector privado.

Estou a citar a imprensa nacional, "apesar de o governo garantir que o tecto de 5030 euros introduzido para a Segurança Social já se aplica também aos beneficiários da Caixa Geral de Aposentações, o certo é que só este ano reformaram-se 51 trabalhadores com pensões acima deste patamar, oito dos quais chegam a auferir por mês mais de 6 mil euros. Em termos homólogos, nos primeiros nove meses do ano, registaram--se mais 11 casos de reformas milionárias do que em igual período de 2009, o que representa um crescimento de cerca de 23% em relação aos nove primeiros meses do ano passado".

Um aparte: Embora a reforma destes quadros seja elevada face à média, é um exagero considerar uma reforma de 5.000 euros como "milionária", comparadas com os prêmios - e só os premios - que os gestores públicos de grandes empresas recebem todos os anos.
Mas...mesmo assim, temos de por o olho nos bichos, pois eles são os apoiantes directos dos detentores do pode político e económico. Conforme assinalam os jornais de hoje, os juízes e magistrados - que depois cobrem as falcatruas dos grandes senhores - "lideram em número a lista das pensões acima de 5 mil euros".

Um jornal reporta, em levantamento que fez "junto da lista de pensionistas da CGA, desde Janeiro de 2008 até Setembro deste ano foram atribuídas mais de 140 pensões com valor superior aos 5030 euros brutos. Do total, mais de metade corresponde a aposentações de magistrados, incluindo juízes e procuradores". Ponto final.

Ora, entre rol magnifico de personalidades do regime, uma me chamou à atenção. É a pensão atribuida ao antigo Ministro da Administração no governo de Santana Lopes, que se reforma como Procurador -Geral da República, a partir de Setembro com 7.316,45, e que, certamente muitos poucos anos exerceu o cargo de magistrado, porque foi director da Polícia Judiciária, esteve no SIS, e ultimamente, era administrador do BPN, ali colocado pelo seu amigo da Beira Dias Loureiro.

Lembram-se, aqui há uns meses, uns quantos antigos ministros das Finanças, cujo primeiro titular era o antigo governador do Banco de Portugal do antigo regime Manuel Jacinto Nunes, mas incluia uma plêidade de outros ex-ministros, quase todos personagens que só fizeram asneira nos cargos, como Miguel Beleza, Ernâni Lopes, Falcão e Cunha, Eduardo Catroga, Bagão Félix e o rapaz conselheiro de Guterres Pina Moura, depois de ser um craque do CC do PCP, reuniram-se Cavaco Silva manifestaram a sua "profunda preocupação" com a situação do país.

"Viemos manifestar ao senhor Presidente da República a nossa profunda preocupação, mas também a nossa convicção que os portugueses, tal como no passado, apoiarão as medidas que se impõem face à situação actual para restabelecer a confiança na economia portuguesa, desde que essas medidas sejam apresentadas com transparência", disse, em nome do grupo de ex-governantes, o antigo ministro das Finanças Manuel Jacinto Nunes.

O que eles queriam, precisamente o que o actual PM, José Sócrates, pôs em prática cortes substanciais nos direitos dos trabalhadores para "salvar" a economia dos seus patrões.

Falaram dos seus chorudos rendimentos? Propuseram-se ir cavar batatas em Trás-os-Montes?

Claro que não.
Todos eles, além das reformas do Estado (reitero do Estado, que eles querem "encolher"), continuam a sacar rendimentos elevados como membros de conselhos de administração de que eram os representantes quando ocupavam cargos governamentais.

Eduardo Catroga "rouba" 9693 Euros de reforma ao Estado.

Por seu turno, Luís Filpe Pereira saca 6193 Euros e Campos Cunha, que foi, apenas uns anos, vice-governador do BP, empocha 8.000 euros.
Alfredo de Sousa tem uma reforma de 5663 Euros

Já agora para que fiquem conhecidos eis ALGUNS DOS REFORMADOS DO BANCO CENTRAL:

Nome: Tavares Moreira - Cargo que ocupava: Técnico consultor de nível 18cInício da reforma: 1 de Junho de 1999 – negociada. Valor da reforma: 3062 euros;

Nome: Miguel Beleza - Cargo que ocupava: Técnico consultor de nível 18cInício da reforma: 1 de Novembro de 1995 – negociadaValor da reforma: 3062 euros;

Nome: Cavaco Silva - Cargo que ocupava: Técnico consultor de nível 18bInício da reforma: 15 de Julho de 2004 – por limite de idade Valor da reforma: 2679 euros;

Nome: Octávio Teixeira - Cargo que ocupava: Técnico consultor de nível 18aInício da reforma: 1 de Dezembro de 2001 – negociadaValor da reforma: 2385 euros:

Nome: Ernâni Lopes - Cargo que ocupava: Técnico consultor de nível 18Início da reforma: 1 de Setembro de 1989 – negociada Valor da reforma: 2115 euros:

Nome: Rui Vilar . Cargo que ocupava: Técnico consultor de nível 18bInício da reforma: [n.d.] Ocupa o cargo de presidente do Conselho de Auditoria Valor da reforma: N.D.

Nome: António de Sousa - Cargo que ocupava: Administrador de nível IInício da reforma: 23 de Fevereiro de 2000 – Regime dos Membros do Cons. Adm.Valor da reforma: N.D.

Metamos aqui uma atalho: embora a personagem não provenha do BP, recebe da função. Estamos a referirmos a Alberto João Jardim. Está a receber uma pensão como funcionário público de 4.124,07 euros, que nunca exerceu na realidade, e continua na vida activa a receber um ordenado chorudo como Presidente do executivo madeirense.

O número de beneficiários da Caixa Geral de Aposentações (CGA) com reformas mensais superiores a quatro mil euros disparou para 3454 em 2006, um crescimento de 12,3 por cento face aos 3076 indivíduos já existentes em 2005.

Com este aumento a Administração Pública tinha, segundo o relatório anual da CGA, em 31 de Dezembro do ano passado, 378 novas ‘pensões douradas’, a uma média de um novo ‘reformado milionário’ por dia.

O universo destes pensionistas abrange, no essencial, políticos, magistrados, administradores hospitalares, professores catedráticos, diplomatas e militares.

O relatório da CGA de 2006, citado na imprensa, revela que as pensões de valor superior a quatro mil euros têm um peso cada vez maior nos gastos com as reformas dos beneficiários: em 2006, numa despesa total de 6,1 mil milhões de euros com as reformas de 393 663 pensionistas, os custos com as 3454 ‘pensões douradas’ oscilaram entre um mínimo de 13,8 milhões e um máximo de cerca de 19,6 milhões de euros.

Ora, esta tendência está a aumentar.

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