quinta-feira, 29 de julho de 2010

A UE TEM DE SEPARAR A SUA DIPLOMACIA DOS EUA




A União Europeia cobre uma superfície correspondente a menos de metade da dos Estados Unidos, mas tem uma população superior em mais de 50%.

Com efeito, a população da UE é a terceira maior do mundo, a seguir à da China e à da Índia.

Desde o Renascimento, que, historicamente, a Europa tem dados passos para uma unificação. Após, a Idade Média, ou seja na sua transformação em Renascimento, este facto correspondeu a uma forma organizacional estatal que deu forma a grndes Estados, impulsionados, formalmente, pela burguesia ascendente, que necessitava de evitar, cada vez mais, entraves a uma prática transfronteiriça de pequenos "feudos" para o seu desenvolvimento.

O século XIX foi todo ele marcado pela reivindicações burguesas, mas também das classes assalariadas, para dar consistência ao fomento de Estados (acabar com os principados alemães, nascimento da Dinamarca, Itália, aspirações nacionalistas na Áustria e Hungria, cessão nos Estados bálticos, mas também a reivindicações mais políticas e ideológicas, que começaram a destruir o Absolutismo e a dar estruturas legais a partidos e organizações, que reivindicavam o direito às liberdades (imprensa, organização, crença, voto individual, etc etc).

Ora, em muitas destas revindicações apresentavam-se, como textos programáticos, novas formas de exercer o poder. Todo este período foi traçado por um grande desenvolvimento económico, onde a burguesia iniciava a sua ascensão directa ao poder político. Mas no encalço de todos estes progressos, viam-se as bandeiras de um novo poder, que as classes assalariadas começavam a reivindicar para seu porta-voz.

Tudo isto não foi caminho linear, nem ascendente. Houve fases revolucionárias, que foram arrasadas e substituidas por ferozes contra-revoluções, sinistras, aterradoras, massacradoras.

A Europa sentiu na pele ao longo dos três últimos séculos: XVIII, XIX e XX, os efeitos desvastadores e desagregadores dos projectos unificadores efectuados em torno de uma estratégia política de ferro e fogo.

E o que essa política trouxe para o sentimento de unidade que, tais projectos produziam: o desmembramento total da solidariedade cooperante para levar a união aduaneira a todo o território e a ocupação por estrangeiros, em nome dos apoios que vieram dar para acabar com a guerra (EUA e ex-URSS).

Foi sob os escombros da II Grande Guerra, que se verificaram os efeitos desastrosos sobre as organizações livres pela liberdade, dos entraves desastrosos ao incremento dos poderosos comércio e indústria europeias, das próprias restrições que as potências ocupantes (EUA e ex-URSS) colocavam às próprias organizações políticas renascidas dos novos Estados. Foi levantado todo o tipo de restrições à ascensão dos partidos próprios das classes assalariadas no implantação dos novos poderes estatais.

E isto sucedia, por um lado, por objecção política e ideológica das classes dirigentes dessas potências, mas também, e essencialmente, porque por detrás dos partidos ditos democráticos liberais pró-ocidentais, estava, em força, como figura que considerava ser uma ameaça, a unidade crescente política das classes assalariadas.

Mas, com a chamada reconstrução europeia, dos anos 50, a burguesia que se instalava nos países mais evoluidos retomava a velha aspiração da Idade anterior de criar uma unidade mais eficaz e dominante na Europa. E isso aconteceu.

E este avanço trouxe também uma maior consciencialização de busca de uma unidade das próprias classes trabalhadoras (que forjaram sindicatos europeus, reivindicaram contratos europeus, luta por sistema de saúde unificados, etc etc).

Devido a essa condição de unidade transnacional, a União Europeia transformou-se, radicalmente, nos últimos 25 anos, num grande centro de industrialização, de cooperação nos domínio da tecnologia de ponta, de centro atractivo de comércio internacional. Transformou-se, na realidade, na principal potência económica do Mundo.

Claro que tal facto, trouxe de imediato um problema de concorrência, com a potência que era dominante na economia (e já não é), mas comporta a força de ser uma superpotência militar. E actua, com todas as forças para dividir a actual União Europeia, contando, precisamente, com os seus "títeres" internos, situados, normalmente, nas estruturas de poder.

Para dar maior impulso à sua industrialização e pós-industrialização, a União Europeia necessita de importar minerais metálicos essenciais (ferro, manganês, bauxite, lítio, cobre e estanho), fundamentais às atividades metalúrgicas e siderúrgicas e, conseqüentemente, a uma série de mercadorias de bens de consumo duráveis, máquinas e equipamentos industriais. Bom como petróleo e gás. Daí os conflitos forjados, onde ela os pode ir buscar, e onde os seus "títeres" se enlameiam em nome da solidariedade com o aliado, que a quer destruir, os EUA.

A UE tem de separar, a todo o vapor, a sua diplomacia dos Estados Unidos da América.

A Europa é o continente que possui a melhor rede de transportes do mundo.


O transporte marítimo é altamente utilizado, pondo em acção uma enorme quantidade de material todos os anos. Tem costas superabundantes e águas exclusivas riquíssimas.

Os portos de águas interior europeus estão entre os mais importantes de toda a terra.

Relativamente aos portos marítimos, o movimento é tão intenso desdeo Roterdão a Lisboa, com passagem por Londres, Antuérpia, e Hamburgo. E dentro de anos, falara-se-á de Sines.

As estradas ( em particular as au-estradas) são das mais modernas do Mundo.

Esta integração pressupunha a organização de uma unidade monetária comum. Claro que, com desenvolvimento desiguais, a sua implantação tem sido espinhosa. Mas, depressa se tornou unidade de referência mundial, em competição ganhadora com o dólar.

Et pour cause, os ataques especulativos que surgiram e vão continuar.

Pois, é nesta União Europeia que também se forjam as reivindicações das classes assalariadas mais significativas e mais marcantes.

Por um lado, com as suas reivindicações nacionais, que embora surjam sob o invólucro mediático de separatismo e do conflito étnico, fazem drapejar acima de tudo o seu desejo de liberdade e de criar um poder mais democrático...dentro da própria União Europeia.

E o caso da Irlanda, da Nacões hispânicas, do Reino Unido, possivelmente da Bélgica, das antigas Reúblicas Jugoslavas.

Por outro, as suas reivindicações de classe. A Grécia vive em estado de sítio permanente há dois meses. A Itália tem um historial de manifestações de ruas quase mensais desde 2008.

A França tem latente levantamentos populares violentos nos suburbios, onde residem, precsiamente, os trabalhadores mais explorados.

Por detrás de uma Unidade Europeia também pode estar uma nova Europa.





























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