quinta-feira, 8 de julho de 2010

BP: COMO SE DOMINA A RIQUEZA DO PETRÓLEO
















BP: uma ave de rapina das riquezas nacionais do petróleo





A BP - British Petroleum - adquiriu, nos últimos meses, uma projecção mundial, porque, ao proceder, sem os devidos controlos e procedimentos de segurança, à extracção de crude no golfo do México, sob a aparente autoridade da Administração norte-americana, provocou uma explosão numa sua plataforma, que levou um descontrolado derrame petrolífero, que atingiu, praticamente, todas as costas norte-americanas de região.

Convem referir que no golfo do México estão instaladas 4.000 plataformas ligadas, essencialmente, aos grandes grupos petrolíferos internacionais.

Mas, a BP, embora, teoricamente, seja britânica, é uma multinacional gigantesca, que se entrosa em todos os grandes interesses financeiros especulativos mundiais, onde predominam capitais ligados, desde a interesses norte-americanos, aos financeiros judeus (dentro e fora do país) e ao Vaticano.
Não é por acaso que um dos seus accionistas é um empresa de fundos especulativos de pensões, aparentemente, sedeada em Singapura, que se chama Government of Singapore Investments Corp (GIC).
A BP não é apenas uma grande empresa, é uma corporação capitalista, com um passado criminoso e de agiotagem.
Curiosamente, a BP surge ligada a toda a turbulência no Médio-Oriente, praticamente, desde a sua criação. E, de maneira particular, nos últimos 60 anos, a toda a destabilização produzida na Pérsia, hoje Irão. Pode referir-se mesmo, que a empresa nasceu naquele país. Chamou-se então Anglo-Iranian.

Os primórdios têm de ser buscados aos interesses imperiais europeus, e neste caso, britânicos, quando, após a Conferência de Berlim, mandataram aventureios, através de Sociedades de Geografia, para "investigarem" os potenciais interesses "civilizadores" do Grande Médio-Oriente, África e Àsia.
Foi na sequência desta orientação que um aventureio de nome Willian Knoz D`Arcy, no princípio do século XX, veio a infiltrar-se na corte do Xá da Pérsia, "comprando-o" com uma generosa oferta para fazer pesquisa de minerais no território.
Claro que o aventureiro não "civilizou" a Pérsia, pois nem sequer uma estrada construiu, como prometera, mas arriscou na pesquisa de crude. Esteve para abandonar o projecto, até que já no final da década primeira do século passado, no sudeste persa, encontrou um poço. Foi, digamos assim , a primiera grande descoberta de crude no Médio-Oriente.
Com esta descoberta, os apetites imperiais britânicos, mas não só, das restantes potências europeias, nomeadamente a Alemanha, aguçaram-se na região.
Mas, claro era a bafienta Albion que ditava o poder, e, nos seus departamentos financeiros e militares começaram a esboçar-se os traços de fronteira em toda a região, para servir, dividindo, os seus interesses.
Um pequeno pormenor para apimentar. O que foi mais tarde primeiro-ministro inglês Winston Churchill veio dar uma mão à projecção da empresa nascente, pois como Lorde do Almirantado fez uma parceria - onde o dinheiro por fora não esteve ausente -para abastecimento da Armada imperial. Ora, estávamos em guerra (1914-18). Com o interesse estratégico, o governo inglês tornou-se o principal accionista da multinacional.
Com facto do petróleo se tornar importante fonte de energia, os britânicos, logo após a I Grande Guerra, empenharam com armas, diplomacia e serviços secretos na região, minando o poder turco (Império Otomano) e dando azo às ideiais independentistas dos sultões locais. Mas, colocando-lhe sempre a rédea curta. Até que eles perceberam que estavam a ser enganados e tinham a arma económica do petróleo nas suas mãos, se o quisessem.
As outras multacionais ocidentais do petróleo começaram, então, a dividir os lucros.
Foi a então Pérsia, a que levou, numa primeira ocasião, a sua pretensão de controlar a sua riqueza nacional.
A BP controlava nos anos 50 o Xá da Pérsia, mas os tecnocrats e letrados emergentes, que se organizaram em torno de um candidato a primeiro-ministro, que o veio a ser, de nome Mohamed Mossadegh, após ganharem eleições parlamentares, nacionalizaram o petróleo.
Aí, levantaram-se as augustas democracia ocidentais. Crime de lesa-majestade. Nacionalizar os interesses capitalistas, ainda por cima em zonas de "interesses estratégicos nacionais" era um crime inimaginável.
A Inglaterra e os Estados Unidos da América juntaram-se, com especial relevância para CIA, e elaboraram um golpe de Estado, com o apoio do Xá Reza Pallevi, e derrubaram o governo de Mossadegh. As petrolíferas pagaram esse esforço e a BP ficou a controlar, novamente, a riqueza do país.
Claro que este serviço levou à repartição dos interesses. Os associados da BP, as chamadas "cinco irmãs" dos EUA, ficaram com cerca de 40 por cento do crude iraniano.

Até à Revolução do Irão de 1976, que veio meses depois a dar o poder ao "mullás" nacionalistas, organizados em torno do aitolá Khomeini.

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