segunda-feira, 17 de maio de 2010

IRÂO: A POTÊNCIA REGIONAL CONCORRENTE DOS EUA

O Presidente da República Federal brasileira, Lula da Silva, está a visitar o Irão, e anunciou, depois de conversações em que interveio também o Primeiro-Ministro turco, Erdogaran, que as autoridades de Teerão estabeleceram um compromisso para enriquecer o seu urânio nuclear na Turquia.

De imediato, quase sem saber os termos do acordo, secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, arrogando-se do direito de imôr condições ao Mundo, afirmou que tal acordo era insatisfatório. O assessor político do Presidente Lula ripostou no geral: há países que não estão interessados em acordos, mas em impor os seus postos de vista (que no fundo são os projectos ecónomicos-militares).

O que está, pois em questão?

Os EUA sabem que o Irão, que tem uma fileira nacional completa de fabrico de armas, isto é não depende, neste momento, de tecnologia de ponta para o efeito em causa, construir uma arma nuclear, pois já tem, certamente capacidade para o fazer. Somente, não terá disponibilidades tecnológicas para enviar as ogivas nucleares a grandes distâncias (mais de cinco mil quilómetros). O busilis está na enorme probabilidade de o Irão ser, dentro de anos, o principal parceiro estratégico de armamento e de alta tecnologia no chamado grande Médio-Oriente.

Na realidade, Teerão já fabrica desde a simples espingarda-metralhadora até ao lançadores espaciais, capazes de direccionaram os foguetões em órbitra, bem comum manter no espaço satélites militares de vigilância e posicionamento. Mas, também, já tem capacidade de construir os seus carros de combate, assim como os seus aviões de combate e de transporte. Não deve ter, ainda, é a capacidade de colocar no mercado, em quantidades suficientes, os seus produtos. Nem ter uma capacidade logística de dimensões para enquadrar os seus Exércitos, com toda a panóplia de armamento de que dispõe. Possivelmente, nem treino suficiente.

É, essencialmente, esta vertente económica da sua evolução castrense iraniana que preocupa, de suma maneira, os Estados Unidos, e os chamados seus "interesses nacionais" em toda a região, que vão desde o gás, ao petróleo, mas também passam pela droga, e naturalmente, pelo enorme negócio das armas.

Esta avanço iraniano - a consolidar-se nos próximos 10 anos - irá subverter, como já está, toda a geo-estratégia norte-americana, e por arrasto a União Europia, ainda que haja já divergências entre esta última e a política norte-americana na NATO.

Não se considera estranho, ou pelo menos digno de reflexão, que, pelo menos seis governações norte-americanas (republicanas ou democratas), desde Ronald Reagan, James Carter, George Bush, Bill Clinton, George W. Bush e, agora, Barack Obama, tenham firmado a sua política estratégica defensiva de "interesse nacional ou vital" se situasse até aos limites das montanhas dos Himalaias.

E ao fomentaram esta política imperial, com argumentos nacionalistas de defesa dos "interesses vitais", tivessem sempre optado por uma intervenção bélica, arquitectada em propaganda manipualadora em ataques fictícios que proviriam dessas regiões para o "interior dos próprios EUA".

A razão principal está, pois, nos negócios que essa política de "interesses vitais" proporciona aos aristocratas financeiros, especuladores bolsistas e branqueadores de capitais, traficantes de droga, aventureiros do lucro fácil das negociatas petrolíferas, que dominam a Administração norte-americana, os seus corpos legislativos, e acima de tudo, toda a estrutura da alta finança e das empresas que vivem dela.

Os EUA - a pacífica administração Obama - conseguiram dos seus congressistas e legisladores, para o ano de 2010, sem grandes problemas de maior, um financiamento de 68 mil milhões de dólares para prosseguir a guerra no Afeganistão, mas os congressitas e senadores fizeram, o possível e o impossível para financiar um serviço mínimo de saúde, necesário, para um país, que tem um desemprego oficial - digo oficial - de cerca de 10% da população activa, perto de 17% dessa mesma população em subemprego, com os pensionistas com mais difculdades sem qualquer apoio eficaz do Serviço Nacional de Saúde.

Vejamos para onde vai uma grande parte desse financiamento militar: os EUA gastaram 500 milhões de dólares nas eleições afegãs, que a própria administração de Obama classificou de "corruptas" e "fraduluentas" e mesmo ineficazes, porque não colocaram no poder o seu homem preferencial, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabul!.

Desde 2001, os EUA gastaram no Afeganistão perto de 40 mil milhões de dólares, essencialmente para pagar a peudos soldados afegãos, o seu treino e manutenção. Reconhece-se agora que esse Exército, praticamente, não existe. A não ser para recber o pré.

Dinheiro gasto até agora com "empresas privadas", para treinar uma quase inexistente polícia fegã: 10 mil milhões de dólares.

Pagamento do Departamento de Estado à empresa Xe Services, antiga Blackwater, para fornecer apenas segurança (existe outro tipo de segurança) aos diplomatas norte-americanos no Afeganistão por um período de cinco anos: 500 milhões de dólares.

Segundo uma auditoria, o custo de "melhorias" na Base Aérea de Bagram atingiu um número de 200 milhões de dólares.

Nota-se agora o número de empreiteiros contratos pelo Pentágono para aquele país, os valores são dos finais do primeiro semestre de 2009: 74.000.

Reparem ainda: Valores de um contrato feito pelo departamento de Defesa com duas companhais(a DynCorp International e a Fluor Corporation para "construir e melhorar bases castrenses dos EUA no Afeganistão": 15 mil milhões de dólares.

Custo da vigilância á embaixada dos EUA em Cabul: Contrato feito com a empresa ArmorGroup North America, subsidiária da Wacenhutt Services: 189 milhões de dólares.

Outra achega: o controlo da movimentação do apoio afegão está agora nas mãos das auroridades locais norte-americanas. Qual o valor, mais ou menos calculado, da sua comercialização para o exterior?Entre três a seis mil milhões de dólares.

As despesas com o pessoal diplomático e quejando - novo programa "extraordinário" para reforçar os "diplomatas e afins" no Afeganistão e no Paquistão: mil milhões de dólares.

Claro que estes números se centram muito no Afeganistão, mas podem ser desdobrados do Iraque, da Jordânia e ate da Arábia Saudita (Já agora uma pergunta, não existem armas nucleares nesta monarquia ultra-conservadora?)

Como se pode verificar, o esforço financeiro norte-americano na região não vai, essencialmente, para modificar a evolução económica da região, mas sim para reverter os valores dos finannciamentos para a casta de especuladores e empresas capitalistas que recorrem à agiotagem mais desenfreada para enriquecer á custa da guerra.

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